O racismo é tão complexo, tão sofisticado, tem tantas faces no Brasil que a todo momento nós somos, literalmente, engolidos pela enxurrada de acontecimentos racistas.
Ora é a Faculdade de Direito da USP, a maior e mais gabaritada universidade pública do país, querendo homenagear com o nome de uma sala um professor eugenista, com o discurso de que eugenia era uma doutrina corrente no início do século XX e que isso não comprova racismo. Para que isso não acontecesse foi demandado dos estudantes negros e demais cotistas junto com o movimento negro mobilização intensa para barrar tamanho absurdo.
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Ora algumas entidades firmando compromisso com rede de supermercado racista para em parceria com esta rede fomentar uma cultura anti racista, sendo que esta empresa nem sequer tem cumprido com os compromissos que assumiu quando provocou a morte de um pai de família negro.
Ora é o Estado brasileiro perpetrando morte a corpos negros, adultos e crianças, em ações policiais em diversas comunidades no Rio de Janeiro e também causando pânico através das polícias dos diversos estados em territórios periféricos, que de resto, são territórios marcadamente negros, com a política de meter o pé na porta, bater, humilhar, em alguns casos chegando a roubar e torturar de diversas formas essas populações.
Ora o racismo batendo no indivíduo, como a professora negra que cansada de ser encarada como suspeita e ser seguida por segurança de um mercado no Paraná foi as compras seminua, só em trajes íntimos, para demonstrar em forma de protesto, que ela como qualquer cidadão branco naquele mercado, estava só querendo adquirir produtos de que necessitava.
São tantos os acontecimentos perpassados pelo racismo que não damos conta de responder, como deveríamos a esta realidade cruel que se impõe a população negra todos os dias, o dia todo.
*Regina Lúcia dos Santos é coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa é um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU.
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