Texto: Miriam Alves / Edição de Imagem: Pedro Borges
O que constitui o cidadão brasileiro? Ou melhor, o sujeito brasileiro reconhecido ou não, enquanto cidadão de direitos constitucionais? Sujeito de direitos “naturais” ou o “homem nu” que conforme Hanna Arent: não tem direito que lhe pertença, não é um sujeito político, despossuído de posses ou títulos. O que corresponde à realidade por detrás dos mitos que nos regem?
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Para chegar a tal resposta, trago a reflexão sobre o “Mito fundador”, o “Mito da Igualdade”, o “Mito da cordialidade”, o “Mito da não-violência” e o “Mito da Democracia”, sendo que todos estes se interseccionam em alguma medida. Do que estou falando? Quando pensamos a nossa identidade enquanto povo brasileiro, pensamos em uma identidade unificada, contraditória e marcada por simbolismos culturais. O Brasileiro é aquele que gosta de samba, futebol e carnaval, sendo a “mistura de várias raças”. Um povo reconhecido pela alegria, sensualidade e cordialidade. Mas, será que é realmente assim?
Uma identidade nacional é criada em torno de uma “comunidade imaginativa[1]”, que são narrativas construídas em torno da tradição e da herança sobre um passado histórico por vezes venerado, que perpetuam concepções e práticas ao longo de gerações, estabelecendo normas e valores.
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