Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Pedro Borges
Caminhada tem o objetivo de transferir investigação da Justiça Militar para Comum
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Militantes negros, LGBTs e feministas organizam para o dia 18/06, sábado, na cidade de Ribeirão Preto a “I° Caminhada de Lésbicas e Bissexuais Negras por Nenhuma Luana a Menos”. A concentração para o ato se inicia às 9h na Praça Sete de Setembro.
Luana Barbosa dos Reis Santos, mulher negra LGBT, foi espancada pela polícia militar no dia 8 de Abril. Depois de cinco dias, ela faleceu, aos 34 anos, devido à isquemia cerebral causada por traumatismo craniano. A morte gerou revolta na família e em diversos movimentos sociais que denunciaram o excesso de violência do Estado.
Poliana Kamalu, estudante de direito da USP-Ribeirão Preto, é uma das organizadoras do protesto e afirma a necessidade do julgamento de Luana Barbosa ser transferido da Justiça Militar para a Comum. “Nosso principal objetivo é exigir do judiciário brasileiro que os policiais envolvidos na morte de Luana sejam julgados na Justiça Comum, e não pela Justiça Militar, por seus pares; o que nos transmite menos imparcialidade. Exigimos que um homicídio doloso seja julgado pelo Tribunal do Juri, conforme determina nosso ordenamento jurídico. Nós não vamos deixar mais uma mulher lésbica, negra e periférica entrar nas estatísticas sem que a Polícia Militar responda por mais este crime”.
A grande mobilização em torno do caso, protagonizada pela família e por movimentos sociais, gerou uma série de ameaças às pessoas mais próximas de Luana. O ato então é também uma forma de demonstrar solidariedade à família e uma maneira da morte não ser esquecida pela cidade, de acordo com Poliana. “Para que não exista nenhuma Luana a menos é fundamental tornar público a Ribeirão Preto a história de uma morte não natural, embora naturalizada, de Luana Barbosa e o direito de justiça que nos resta”.
Além do protesto, o sábado também será marcado por atividades culturais, como rodas de sambas e saraus. Todas as apresentações farão reflexões sobre a questão de raça, gênero e orientação sexual.
O Alma Preta fará a cobertura do ato.
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