A desinformação não é um fenômeno novo, mas ganhou força na era digital. A rapidez com que as notícias se espalham on-line e a quantidade de conteúdo disponível tornam difícil discernir se essas informações são verdadeiras ou falsas. Grande parcela da população ainda não sabe como avaliar criticamente o que recebe em seus celulares, o que as torna mais suscetíveis.
Para contribuir com o combate a essa prática, a Alma Preta Jornalismo, em parceria com a Sleeping Giants Brasil, está lançando a pesquisa “O perfil da desinformação no Brasil”. O projeto foi aprovado em março deste ano no edital Jogo Limpo 2.0 — programa de combate à desinformação criado pelo International Center for Journalists (ICFJ), com o apoio do YouTube Brasil. A pesquisa teve auxílio de especialistas da área de negócios, desinformação e desenvolvimento de projetos.
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Como é realizada a pesquisa?
O intuito do levantamento é traçar um perfil estruturado da desinformação e como ela atinge a população brasileira, especificamente a negra, já que poucos são os projetos e campanhas no combate às informações falsas com foco neste público.
A pesquisa tem duas dimensões. Na primeira, utiliza metodologia gamificada para compreender como as pessoas de diferentes perfis são afetadas por notícias falsas. Na segunda, realiza uma campanha para coleta de denúncias de notícias falsas que envolvam pessoas negras e temas relacionados à negritude. Após a etapa de coleta, será feita a checagem e a análise das denúncias recebidas.
Com essas informações em mãos, um relatório inédito será produzido, com indicativos e recortes sobre como a desinformação afeta a população negra.
A parceria da Sleeping Giants com a Alma Preta Jornalismo busca conscientizar a sociedade sobre o papel ético do jornalismo que atuam no combate e desmascaramento das informações falsas. A participação do público é crucial para frear o avanço da desinformação nas redes.
Saiba como é utilizada a desinformação
A disseminação de desinformação é uma estratégia que visa confundir e enganar a população — prática cujas consequências podem ser profundas. Com a ampliação do número de smartphones com acesso à internet, as redes sociais se tornaram ferramentas que facilitam o consumo de informações, incluindo as notícias falsas.
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e publicado na revista Science, aponta para um dado preocupante em meio a esse cenário: notícias falsas têm 70% mais chances de serem compartilhadas como se fossem fatos.
O levantamento revela que as informações checadas e corrigidas a partir do rigor jornalístico geralmente não conseguem alcançar o mesmo volume de pessoas quanto a desinformação. Diante desse quadro, a pesquisa da Alma Preta Jornalismo, em parceria com a Sleeping Giants Brasil, ajuda a ampliar o discernimento da sociedade frente às notícias falsas, fortalecendo os direitos da população, especialmente a negra, e protegendo o ambiente democrático na esfera pública.
