Nesta segunda-feira (16), integrantes do Sindicato dos Empregados de Postos e Serviços de Combustíveis de Curitiba (Sinpospetro) se reuniram em frente à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para realizar um protesto contra os atos de racismo e xenofobia cometidos contra um frentista e um funcionário na capital paranaense.
O crime aconteceu na manhã da sexta-feira (13), dentro da loja de conveniência de um posto de combustíveis da avenida Marechal Floriano Peixoto, no bairro Boqueirão, em Curitiba.
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Segundo o boletim de ocorrência, o cliente foi identificado como Marcelo Francisco da Silva, que teria se irritado ao ser cobrado antes de esquentar um macarrão instantâneo. No vídeo, que repercutiu nacionalmente, é possível ouvir o empresário gritando e ofendendo o funcionário ao chamá-lo de “macaco”, “neguinho” e “nordestino”.
“Sou empresário, maluco, tenho CNPJ, tenho empresa, e você vem me tirar, vem fazer cagada? Você ganha R$ 4 mil nessa bosta aqui. Pago três vezes mais só para te xingar de neguinho, otário, nordestino dos infernos! Macaco! Vem do Nordeste para querer ser gente em Curitiba? Volta paro o Nordeste”, disse o homem.
Por meio do perfil do sindicato (@sinpospetro.ctba) nas redes sociais, os trabalhadores foram convocados para exigir mais segurança aos frentistas, que estão expostos à violência no atendimento ao público.
Durante o ato desta segunda-feira (16), a vereadora Giorgia Prates (PT) (@giorgiaprates.mandata) se manifestou no plenário da Câmara Municipal de Curitiba contra os atos racistas, afirmando os perigos da impunidade diante do crescente número de “casos de discriminação sistemática e desigualdade estrutural”.
“Só esse ano, eu já perdi a conta de quantos casos de racismo eu pude acompanhar em escolas, comércios, postos de saúde, nas ruas, nos ônibus, e essas manifestações de racismo são uma prova contundente de que nós estamos falhando em garantir a igualdade e direito das pessoas“, disse a parlamentar.
Na manifestação, o presidente do Sinpospetro, Lairson Sena, informou que a entidade vai atuar no caso como assistente de acusação do Ministério Público.