As obras de valorização do Cais do Valongo, no centro do Rio de Janeiro, serão entregues à comunidade nesta quinta-feira (23), às 9h30. Localizado na área conhecida como Pequena África, o Cais do Valongo é um sítio arqueológico reconhecido pela Unesco desde 2017 como Patrimônio Mundial. Durante os séculos 18 e 19, o local foi o principal ponto de desembarque de africanos escravizados nas Américas e, atualmente, é um local de memória sobre a diáspora africana.
O projeto intitulado “Cais do Valongo: socialização e valorização do Sítio Arqueológico”, orçado em R$ 2 milhões, inclui a instalação de sinalização educativa, painéis expositivos, execução de mureta e substituição do guarda-corpo.
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Participam da cerimônia de entrega a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass. Também estarão presentes representantes de 31 instituições da sociedade civil e dos governos municipal, estadual e federal, que compõem o Comitê Gestor do Cais do Valongo.
Os vestígios do Cais foram revelados durante as obras do Porto Maravilha, em 2011, e cadastrados no Iphan como sítio arqueológico. O local possui um valor simbólico pela violência representada pela escravidão, bem como a resistência, herança e contribuição das populações do continente africano e seus descendentes à formação cultural, econômica e social do Brasil e das Américas.
“O Cais do Valongo tem um papel muito imponente de educar a nossa sociedade, a nossa civilização. É necessário que ele seja recuperado, restaurado e que volte à vida, por meio do apoio do BNDES, do governo federal, da Fundação Cultural Palmares e do Ministério da Cultura, assim como de vários setores públicos que começaram a se preocupar com esse valioso patrimônio histórico”, considerou o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Rodrigues, em nota oficial.
A cerimônia marcada para a manhã da quinta-feira (23) será iniciada com a lavagem ritual, conduzida por mãe Edelzuita, da comunidade religiosa de matriz africana do Rio.