PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais de 40% das mulheres negras relatam racismo durante tratamento de câncer de mama

Percentual consta em levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Mastologia do Rio de Janeiro
A imagem mostra uma mulher negra fazendo um autoexame de toque para diagnosticar um possível câncer de mama.

Foto: Reprodução

7 de março de 2024

Um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Mastologia do Rio de Janeiro (SBM-RJ) alerta sobre a discriminação enfrentada por mulheres negras durante o tratamento do câncer de mama e também no acesso para exames. Esse tipo de câncer é o mais comum entre as brasileiras.

Coordenado pela mastologista Dra. Maria Júlia Calas, presidente da SBM-Rio, o levantamento teve como objetivo entender as experiências de mulheres negras durante o tratamento de câncer de mama. Os resultados demonstraram que, das 236 entrevistadas, 41% se identificaram como pretas ou pardas e, destas, cerca de 20% relataram ter sofrido discriminação devido à cor de pele durante o tratamento.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O estudo ainda revelou que, com a pandemia de covid-19, houve um aumento de 26% nos casos de estágios avançados de câncer de mama. Nos anos seguintes houve uma diminuição, mas ainda longe do ideal.

A mastologista informou que a pesquisa continuará em andamento para alcançar um número ainda maior de pacientes e por entender a necessidade de dados que revelem como mulheres negras são cuidadas ao longo do tratamento da doença.

“Esse estudo é de extrema importância, pois precisamos entender o que acontece com cada paciente nessa navegação do diagnóstico ao tratamento. Esses relatos não são só preocupantes, são inaceitáveis. Isso também tem a ver com acesso”, alerta. 

Ainda de acordo com a médica, mesmo entre aquelas que afirmaram não terem sentido discriminação, o racismo estrutural pode estar presente de maneiras sutis e prejudiciais. “Numa sociedade como a nossa, como podemos mensurar isso? Por isso temos que continuar ouvindo essas mulheres”, completa a mastologista.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano