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Primeira escultura de Iemanjá negra é instalada no Piauí

Estátua produzida pelo artesão Jean Pimentel foi instalada neste domingo (14), na Avenida Marechal Castelo Branco
Monumento de Iemanjá negra, instalado em Teresina, no Piauí, no último domingo (14).

Foto: Reprodução

15 de abril de 2024

No último domingo (14), Teresina celebrou a instalação do primeiro monumento dedicado à Iemanjá negra no Piauí. A estátua, erguida na Avenida Marechal Castelo Branco, foi alvo de uma solenidade especial que atraiu fiéis da Rainha do Mar, além de diversas lideranças religiosas de matriz africana.

A celebração teve início com a cerimônia do padê de Exú, às 16h, seguida pela consagração da imagem com oferendas e rituais. O evento incluiu uma grandiosa gira e momentos de bênçãos com a presença do terecô do Maranhão.

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O antigo monumento de Iemanjá, intitulado “Rainha do Mar”, datado de 1980, retratava uma figura branca, inspirada em Nossa Senhora dos Navegantes. No entanto, em resposta às demandas do Movimento dos Povos de Matriz Africanas, a representação foi atualizada para refletir a imagem de uma mulher negra, em consonância com as raízes afro-brasileiras.

O processo de criação da nova imagem envolveu dois meses de consulta a pessoas de religiões afins, visando garantir a fidelidade à tradição. A escultura foi realizada pelo artista Jean Pimentel, do Pólo Cerâmico de Teresina.

Processo da construção da imagem de Iemanjá. Foto: Francisco Leal/Governo Piauí

Pai Rondinele de Oxum, uma influente liderança religiosa no Piauí, destacou que a representação anterior refletia uma era em que as influências religiosas e culturais levaram à concepção de uma figura branca. A mudança para uma representação negra de Iemanjá no monumento é considerada uma vitória histórica.
“Na nossa fé, não cultuamos a imagem em si, mas sim os elementos da natureza, como o mar, a pedra e o sal. A cor está associada a esses elementos, como o azul do mar e a prata da prata. No entanto, devido à nossa origem africana, a representação de Iemanjá como uma mulher negra é mais autêntica”, afirmou Pai Rondinele de Oxum, em anúncio governamental.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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