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Grafite de 18 andares retrata força da mulher negra e colore ruas de São Paulo

A obra “Respirar”, da artista Gugie Cavalcanti, colore o marco zero da capital paulista
A imagem do alto mostra o grafite “Respirar” da artista visual Gugie Cavalcanti.

Foto: Rafael Dmack/Divulgação

2 de maio de 2024

A artista Gugie Cavalcanti deixou a região central de São Paulo mais colorida. A obra intitulada “Respirar” tem a altura de um prédio de 18 andares e faz parte de uma série de grafites produzidos pela Gentilização, uma produtora de arte urbana em grandes proporções. A arte está localizada na lateral de um edifício na praça da Sé. 

Gugie é grafiteira e artista visual, natural de Brasília e cresceu em Florianópolis. Como artista multimídia, desenvolve sua poética em muros, telas, performance e desenho digital. Como pessoa negra, mãe e mulher, a artista busca utilizar a arte nas ruas como um espaço de diálogo, fortalecimento e visibilidade para as pessoas racializadas.

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O grupo Gentilização utiliza a arte para protestar contra o fato de as mulheres negras e pardas representarem a maior parte das vítimas de feminicídio. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, elas representam 61,2% das vítimas desse tipo de crime no país. 

Nesse sentido, além de colorir o centro cinza de São Paulo com tons vibrantes, o novo grafite também busca transmitir paz e alegria quando apresenta a imagem de uma mulher negra sorrindo.

A produção do grafite foi feita majoritariamente por mulheres, entre elas Vera Nunes, fundadora da Gentilização, que assina a obra. Este projeto foi realizado com recursos financeiros do projeto MAR (Museu de Arte de Rua de São Paulo), via Secretaria Municipal de Cultura.

“Com essa arte nós estamos trazendo um recado, no marco zero da cidade, de que nós queremos mais do que resistir, queremos existir. E mais do que existir, queremos respirar. Não queremos só viver na luta, queremos tranquilidade e plenitude para viver”, afirma Vera Nunes em comunicado à imprensa.

Ao longo de nove anos de trajetória, a empresa especializada em produzir arte já viabilizou a construção de mais de 120 obras em diversas cidades brasileiras como São Paulo, Campinas, Salvador, Brasília e Belém.

Em sua curadoria, o grupo prioriza artistas negros, periféricos, mulheres, LGBTQIA+, entre outros, para que possam ter acesso às ferramentas legais de produção de arte pública, além de utilizar esses espaços como plataforma de arte, denúncia e manifestação de vivências diversas.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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