Entre as referências à Revolução Francesa, elementos artísticos e o desfile das delegações, a jornalista e escritora Paulette Nadal foi celebrada como parte importante da história do país europeu durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, realizada nesta sexta-feira (26), às margens do Rio Sena.
Apontada como uma das impulsionadoras do desenvolvimento da consciência literária negra, Nadal foi uma das autoras envolvidas na criação do gênero Négritude. Em 1920, foi a primeira mulher negra a ingressar em Sorbonne, a mais tradicional universidade francesa.
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Aos 24 anos, a então estudante de inglês, fundou com suas irmãs o renomado salão literário Le Salon de Clamart, que reunia intelectuais negros da África, do Caribe e dos Estados Unidos para compartilhar experiências da diáspora africana.
Em 1931, ao lado de Jane Nardal, ela criou periódico La Revue du Monde Noir (A Revisão do Mundo Negro, em português), que reunia escritos do movimento anti-imperialista, negro e do movimento artístico Renascimento do Harlem.
Como jornalista e autora, ela publicou artigos sobre temas como feminismo negro, que defendiam uma consciência pan-africana e reconheciam as semelhanças dos desafios enfrentados pelas pessoas devido ao racismo e sexismo.
A estátua de Paulette Nadal está entre as heroínas homenageadas nas Olimpíadas. Foram selecionadas mulheres que, ao longo de suas vidas, se destacaram por promover o avanço dos direitos civis das mulheres.
Além da liderança negra, Olympe de Gouges, Alice Milliat, Gisèle Halimi, Simone de Beauvoir, Paulette Nardal, Jeanne Barret, Louise Michel, Christine de Pizan, Alice Guy e Simone Veil, foram celebradas.
A revelação das estátuas foi uma das aberturas do capítulo Sororidade da cerimônia de abertura, ao som de uma versão do hino nacional reproduzido por um coro de mulheres na Pont Alexander III, arco que atravessa o rio Sena em Paris. As estátuas permanentes são um presente da cerimônia para a cidade de Paris.