A Seleção Brasileira de Futebol Feminino está de volta à decisão dos Jogos Olímpicos após 16 anos, com uma performance histórica. Nesta terça-feira (6), as brasileiras brilharam em Marselha, na França, ao vencerem a Espanha, atual campeã mundial, por 4 a 2. A final será um reencontro com os Estados Unidos, em uma batalha pela medalha de ouro.
A partida começou com um erro da Espanha que permitiu o primeiro gol brasileiro. Apesar de perderem algumas ótimas chances de ampliar, o Brasil conseguiu marcar o segundo gol nos acréscimos do primeiro tempo. O terceiro gol surgiu na segunda etapa, em um contra-ataque. Nos minutos finais, a Espanha conseguiu descontar, mas ainda houve tempo para o quarto gol brasileiro. Ludmila, Gabi Portilho e Tarciane tiveram atuações excepcionais, com destaque também para as boas defesas da goleira Lorena.
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O Brasil não contou com a presença de Marta, que recebeu dois jogos de suspensão após ser expulsa justamente contra a Espanha na última rodada da fase de grupos. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apelou à Justiça Esportiva (CAS) pela retirada da punição do segundo duelo, mas o pedido foi negado. Marta acompanhou o jogo das tribunas do Vélodrome.
Agora, a seleção brasileira medirá forças com os Estados Unidos, que venceram a Alemanha por 1 a 0 na outra semifinal. A disputa pelo ouro será realizada no próximo sábado (10), a partir das 12h (horário de Brasília).
O Brasil retorna à final olímpica no futebol feminino após 16 anos. Em Pequim 2008, a seleção foi derrotada pelos EUA por 1 a 0. Quatro anos antes, em Atenas 2004, a equipe também foi derrotada pelas americanas na decisão. Marta esteve presente em ambos os jogos.
Formiga cobra ação contra racismo no futebol
Em conversa com a Alma Preta, que cobre os Jogos diretamente de Paris, a lendária meio-campista da seleção feminina Formiga torce para que o resultado do Brasil nestas olimpíadas gere resultados para que possam pedir melhorias na categoria. “Porque aí é sempre aquela história: ‘olha aí, foi, foi, foi e não conseguiu nada, para que ter estrutura?’. Então, a gente precisa de resultados para ter a cobrança. Infelizmente, é assim”, afirmou.
Em relação ao racismo, a ex-jogadora criticou que situações de racismo no futebol feminino são comuns e que ainda hoje as medidas são pouco eficazes. Formiga defende que os clubes e confederações devem aprofundar políticas efetivas de combate ao racismo dentro do esporte e destaca: “Placa não resolve. Chama a atenção do racista, mas para ele é como se ele estivesse lendo uma piada. Acho que tem que agir”.