Nesta quinta-feira (8), durante a fase classificatória da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a treinadora húngara Noémi Gelle fez um gesto que se assemelha ao símbolo “white power” (poder branco, em tradução livre), utilizado por grupos de supremacia branca.
Enquanto aguardava a nota de sua ginasta, Fanni Pigniczki, Gelle foi capturada pelas câmeras de transmissão fazendo o gesto. No vídeo, ela e sua atleta aparecem acenando e, em seguida, a treinadora realiza um gesto com a mão que forma as letras “W” e “P”, símbolo do supremacismo branco, embora pareça um sinal de “ok” à primeira vista.
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O gesto rapidamente repercutiu nas redes sociais, com internautas alertando sobre a subjetividade do símbolo e seu potencial uso para promover ideologias supremacistas. Uma usuária comentou: “Vão falar que é símbolo de Ok. É assim que o nazismo segue ganhando força, na banalização e na passada de pano de muitos”, publicou.
Este não é o primeiro incidente envolvendo o gesto durante os Jogos Olímpicos de Paris. Na semana passada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou a credencial de um funcionário que fez o mesmo gesto durante a final do skate street feminino, que culminou com a medalha de bronze para a brasileira Rayssa Leal.
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) confirmou que está ciente do incidente, mas ainda não divulgou uma posição oficial.
Gestos são usados como tática subliminar
Em 2021, a Liga Antidifamação criou uma lista de sinais associados a facções supremacistas que se valem de diferentes símbolos para que os extremistas se identifiquem uns aos outros. Os símbolos variam entre desenhos, tatuagens e gestos com a mão.
A associação explica que o uso do OK com conotação de supremacia racial, como o de Gelle, surgiu de um rumor na internet de que grupos progressistas se enganaram sobre pessoas fotografadas fazendo o gesto, no entanto, ele realmente acabou sendo apropriado por organizações racistas.