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Brasil, uma potência paralímpica

Os carros-chefes do Brasil em Paris foram atletismo e natação, com 36 e 26 pódios, respectivamente, e houve medalhistas de 16 estados, além do Distrito Federal, com participação maciça das cinco regiões
Imagem mostra delegação brasileira no encerramento das Paralimpíadas.

Foto: Wander Roberto/CPB

9 de setembro de 2024

Pela primeira vez, o Brasil terminou as Paralimpíadas entre os cinco melhores colocados. Em Paris, a delegação brasileira atingiu seu recorde de medalhas, com 89, além de ter alcançado o maior número de ouros, com 25, além de 26 pratas e 38 bronzes. Para chegar a este inédito quinto lugar no quadro de medalhas, os brasileiros travaram emocionante duelo, ouro a ouro, com os italianos.

A disputa só terminou mesmo neste domingo (8), quando os dois títulos no halterofilismo e na canoagem deram ao país a almejada quinta colocação. Já a Itália terminou em sexto, com 24 ouros, 15 pratas e 32 bronzes, num total de 71. Até Paris-2024, a melhor brasileira havia sido a dos Jogos de Tóquio-2020 (disputados em 2021, devido à pandemia do coronavírus), com 22 medalhas de ouro e um total de 72 pódios, na sétima posição. Em Londres 2012, o país também havia sido o sétimo, com 21 ouros e 47 pódios ao todo.

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Dono de três medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Paris 2024 e de dois ouros e uma prata em Tóquio 2020, o nadador mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, de 22 anos, se tornou não apenas a cara do Brasil nos jogos, mas um dos rostos mais conhecidos nos Jogos Paralímpicos, mesmo entre o público francês, que o apelidou carinhosamente de “Golfinho”. O atleta sofre de focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele não tem os membros superiores e nasceu com os membros inferiores atrofiados. Após a conquista de cada medalha, marcava sua presença com uma animada dancinha.

“(O carinho do público do Brasil e de outros países) significa que eu estou no caminho certo, que eu estou cada vez mais próximo dos meus maiores sonhos, que é cada vez mais entrar na história. Fazer o nome na história da natação paralímpica, do esporte paralímpico, do esporte brasileiro, mundial. De consolidar mesmo o nome Gabriel Araújo, um atleta referência para muitas pessoas, para as crianças, para a pessoa com deficiência, para a pessoa sem deficiência”, enfatizou Gabrielzinho em entrevista ao site Olimpíada Todo Dia.

Além de brilhar no parque aquático da capital francesa, Gabrielzinho realizou o sonho de conhecer Paris, e em especial a Torre Eiffel.

“É um sonho de criança conhecer Paris e justamente pela Torre. Já é um ponto turístico mundial, né, todo mundo tem esse sonho, o meu não era diferente, mas nunca soube o porquê mesmo, mas sempre sonhei em conhecer a Torre, de verdade”, revelou ao Globo Esporte.

“Então, quando eu descobri que logo depois que eu fui para os meus primeiros jogos, que esse ano seria aqui em Paris, eu falei, vou conseguir realizar meu sonho de ir para Paris e fazer o que eu mais gosto, que é nadar e podendo trazer medalha. Acho que não teria contexto mais especial do que esse.”

Os carros-chefes do Brasil em Paris foram atletismo e natação, com 36 e 26 pódios, respectivamente, e houve medalhistas de 16 estados, além do Distrito Federal, com participação maciça das cinco regiões.

Especificamente neste domingo, Tayana Medeiros, na categoria até 86 quilos, garantiu mais um primeiro lugar para o Brasil no halterofilismo, levantar 156kg, estabelecendo o novo recorde paralímpico. Finalmente, a 25a de ouro chegou por meio da canoagem na vitória de Fernando Rufino, na canoa individual 200m VL2, formando dobradinha verde e amarela com Igor Tofalini, medalhista de prata.

A melhor delegação nas Paralimpíadas foi a da China, com 94 ouros, 76 pratas e 50 bronzes (220 ao todo); seguida por Grã-Bretanha, com 49 ouros, 44 pratas e 31 bronzes (124); Estados Unidos, com 36 ouros, 42 pratas e 27 bronzes (105); e Holanda, em quarto, com 27 ouros, 17 pratas e 12 bronzes (56). Agora, as atenções vão se voltar para os preparativos visando aos Jogos Paralímpicos de Los Angeles-2028.

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  • Jornalista Cláudio Nogueira

    Claudio Nogueira, de 59 anos, é jornalista desde 1986, tendo trabalhado no Jornalismo Esportivo desde 1993. Cobriu as Olimpíadas de 2004, 2008, 2012 e 2016, as Paralimpíadas de 2016, a Copa do Mundo de 2014, dois Mundiais de Basquete, cinco edições dos Jogos Pan-Americanos e vários GPs de F-1, F-Indy e Motovelocidade. Autor de diversos livros, como Futebol Brasil Memória, Os Dez Mais do Vasco, Dez Toques sobre Jornalismo e Esporte – Usina de sonhos e de bilhões.

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