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Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico chega à Bolívia

Cine Diáspora promove internacionalização do cinema da Amazônia em La Paz
Imagem mostra um homem negro, de dreads no cabelo e camisa rosa, falando ao microfone.

Foto: Divulgação

17 de outubro de 2024

Com o objetivo de promover a internacionalização do cinema da Amazônia, a Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico chega à La Paz, capital da Bolívia, nesta quinta-feira (17). Pela primeira vez fora do Brasil, a mostra reúne curtas-metragens de quatro estados da Região Amazônica, que discutem o imaginário na confluência África-Amazônia.

As exibições ocorrem no Centro Cultural do Brasil em La Paz. A curadoria selecionou obras de realizadores do Pará, Amazonas, Amapá e Mato Grosso. As produções abordam experiências e modos de viver e fazer do povo amazônico, empoderamento feminino, resistências de comunidades quilombolas e indígenas e ancestralidade.

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A mostra conta ainda com uma conferência sobre o cinema na Amazônia e suas peculiaridades e a importância do audiovisual na preservação da floresta. Para completar a experiência, o público poderá conhecer um pouco da culinária paraense, como maniçoba e cachaça de jambu, além do aroma da priprioca, que será borrifado no ambiente da exibição.

A Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico é uma realização da produtora audiovisual Cine Diáspora. Para a produtora, o projeto é uma oportunidade de destacar as narrativas afro amazônidas pelo mundo, especialmente por meio de parcerias com os países do Sul Global.

“A importância desse projeto, além de promover e internacionalizar o cinema negro da Amazônia brasileira, é também identificar as confluências existentes no audiovisual negro da Amazônia internacional. É muito importante essa discussão e fomentar esses tipos de parcerias para incentivar o cinema negro”, destaca a diretora da Cine Diáspora, Lu Peixe.

A Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico nasceu em Belém do Pará, em outubro de 2023, e começou a circular pelo Brasil a partir de dezembro do mesmo ano, iniciando em Salvador (BA) e, posteriormente, Brasília (DF), atraindo um público total de cerca de 400 pessoas. Uma nova edição já está marcada para o mês que vem, em Canaã dos Carajás, no Pará.

O que é Adinkra?

A mostra traz em seu conceito a simbologia dos Adinkras, sistema de escrita pictográfica criado pelo povo Akan, localizado no oeste da África. Os símbolos preservam e transmitem valores fundamentais ligados à cultura africana e inspiraram a curadoria para definir a temática de cada uma das quatro sessões de filmes: Sankofa (buscar o passado para construir o futuro), Ananse (criatividade e sabedoria), Duafe (feminino) e Aya (resistência e desenvoltura).

Veja abaixo a programação:

Sessão Sankofa
“Alexandrina – Um Relâmpago” – Keila Sankofa (AM): “Alexandrina – Um Relâmpago” faz do cinema de invenção um campo fértil de contestação, que ousa rasgar os registros do perverso e mentiroso passado. Alexandrina, mulher preta da Amazônia, que antes fora reduzida a objeto de estudo, esvaziada do seu vasto repertório de conhecimento e logo jogada ao limbo do suposto esquecimento, agora é o presente!

Sessão Aya
“Utopia” – Rayane Penha (AP): A busca de uma filha por histórias vividas pelo pai garimpeiro, que faleceu no garimpo. Arquivos sobre esse pai, fotos, vídeos e cartas que ele escrevia para a família relatando a vivência e as dificuldades do garimpo. O documentário procura humanizar homens que dedicam suas vidas à terra. Mais do que um registro, o filme vem mostrar um relato íntimo e poético sobre a vida desses garimpeiros.

Sessão Duaf
“A Velhice Ilumina o Vento” – Juliana Segóvia (MT): “A Velhice Ilumina o Vento” conta a história de Valda, mulher preta, idosa, periférica, trabalhadora doméstica da cidade de Cuiabá. Mulher forte, cuiabana do “pé rachado”, Valda subverte em seu cotidiano o paradigma da velhice estigmatizada.

Sessão Aya
“Samba de Cacete – Alvorada Quilombola” – André Santos (PA): O documentário, com 26 minutos de duração, conta a história do Samba de Cacete, uma tradição cultural ainda preservada em comunidades quilombolas do baixo rio Tocantins, Amazônia paraense, que envolve música, canto e dança com elementos dos batuques afrobrasileiros. 

Sessão Sankofa
“Meu Santos Saúdam Teus Santos” – Rodrigo Antonio (PA): Em uma viagem de regresso à ilha do Marajó, terra de seus avós, Rodrigo conhece a pajé Roxita e recebe a notícia de que têm guias espirituais de herança. Rodrigo vive sua iniciação na pajelança marajoara e registra sua relação com Roxita, que será sua guia num encontro com seus ancestrais.

Serviço

Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico em La Paz (BOL)
Data: 17/10 (quinta-feira)
Hora: 19h
Local: Centro Cultural do Brasil em La Paz

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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