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Mais de 70% dos moradores das periferias do Rio consomem literatura, diz pesquisa

Estudo aponta influência das escolas na prática literária e destaca romance como gênero preferido; Flup 2024 traz programação com mais de 90% das atividades lideradas por mulheres negras
Crianças da comunidade escolhem livros na abertura da quarta edição da Festa Literária das Periferias (Flup). O evento, que está na sua 14ª edição, realizou uma pesquisa sobre hábitos de leitura nas periferias do Rio.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

11 de novembro de 2024

Uma pesquisa realizada pela Festa Literária das Periferias (Flup), divulgada nesta segunda-feira (11), investigou os hábitos de leitura em comunidades do Rio de Janeiro. O levantamento, que coletou dados entre os dias 2 e 17 de outubro com mais de 500 participantes, identificou que 74% dos moradores são adeptos da leitura literária e 27,6% se consideram “devoradores” de livros. 

Realizada de forma virtual, a pesquisa abrangeu sete comunidades cariocas: Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré e Providência.

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O estudo mostra que a maioria dos respondentes é composta por mulheres (58,2%), com 68% dos participantes entre 25 e 44 anos. Dentre os gêneros literários preferidos, o romance lidera com 21%, seguido de autoajuda (15,5%) e história (11,7%). 

Em relação às influências para o hábito de leitura, quase metade (49,7%) apontou a escola como principal incentivo, seguida por familiares (37%) e amigos (34,7%). O acesso digital também é relevante, com 43,5% reconhecendo sua influência nos hábitos de leitura.

Além das livrarias, os leitores nas comunidades buscam bibliotecas comunitárias, sebos, batalhas de rimas, eventos literários e saraus como fontes de contato com a literatura.

Flup 2024: Protagonismo feminino e debates afrodiaspóricos

Este ano, a Flup dedica mais de 90% de sua programação a mulheres negras e reúne figuras de destaque na literatura mundial. Com o tema “Roda a Saia, Gira a Vida”, o evento ocorre de 11 a 17 de novembro no Circo Voador, em sintonia com o G20 Social (14 a 16 de novembro), que abordará temas globais.

A abertura contará com a mesa “Mulheres Transatlânticas” nesta segunda-feira, às 20h, e reúne a nigeriana Oyeronke Oyewumi, a holandesa Gloria Daisy Wekker e a franco-senegalesa Mame Fatou Niang, em uma conversa sobre feminismo negro e legados coloniais. 

Outros debates relevantes incluem a mesa “Quilombo Acadêmico: Histórias de Mulheres Afrodiaspóricas”, com escritoras e educadoras, e o encontro “Tão inseridas/Tão excluídas”, que trará a consagrada autora brasileira Conceição Evaristo e a britânica Bernardine Evaristo.

Na sexta-feira (15), às 18h, o podcast Angu de Grilo terá uma gravação ao vivo com Flavia Oliveira e Bela Reis, entrevistando a ativista Sueli Carneiro e a artista Luanda Carneiro. Entre outros destaques, o sábado (16) contará com a mesa “Notícias Poéticas entre Brasil e Angola”, com a participação do músico Tiganá Santana e do escritor angolano Kalaf Epalanga.

O evento se encerra no domingo (17) com a mesa “Se eu não contasse a minha história, ninguém o faria por mim”, às 16h, com a historiadora Olivette Otele e a escritora Aminata Traoré, que reforçam a importância de narrativas negras no resgate e na preservação da história.


Texto com informações da Agência Brasil

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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