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Mais de 700 mil alunos negros enfrentam ausência de água potável em suas escolas

Estudo aponta que mais de 1,4 milhão de estudantes estão em escolas sem água tratada e saneamento básico, com maior impacto em estudantes negros e indígenas
Imagem de alunos negros, da primeira infância, lavando as mãos na escola. Um estudo do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais revelou que mais de 700 mil alunos negros não têm água potável em suas escolas.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

11 de dezembro de 2024

Um estudo inédito, divulgado pelo Instituto de Água e Saneamento e pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), evidencia a desigualdade racial no acesso à água potável e saneamento básico nas escolas públicas brasileiras. Intitulado “Água e Saneamento nas Escolas Brasileiras: Indicadores de Desigualdade Racial”, o levantamento mostra que estudantes negros são os mais impactados pela precariedade da infraestrutura escolar.

Do total de 1,2 milhão de estudantes sem acesso básico à água potável, 768,6 mil estão em escolas predominantemente negras. A chance de um aluno estar em uma escola de maioria negra sem água tratada é cerca de sete vezes maior do que em escolas de predominância branca.

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A ausência de outros serviços básicos é igualmente grande: 52,3% dos alunos em escolas de predominância negra enfrentam a falta de ao menos um serviço essencial, como banheiro, coleta de lixo ou rede de esgoto. Nas escolas predominantemente brancas, essa proporção é de 16,3%.

Além disso, mais de 6 milhões de estudantes estão em escolas sem conexão com a rede pública de esgoto. Desses, seis milhões frequentam escolas predominantemente negras, enquanto 1,2 milhão estão em escolas majoritariamente brancas.

Outro dado destacado é que, entre os 440 mil estudantes matriculados em escolas sem banheiro, 135,3 mil estão em instituições predominantemente negras, comparados a 38,3 mil em escolas de maioria branca. Além disso, mais de 6 milhões de estudantes de escolas predominantemente negras estão em unidades sem conexão com a rede pública de esgoto.

Impacto no futuro educacional

O estudo destaca como a precariedade no acesso a saneamento básico nas escolas afeta diretamente a educação de alunos negros. Além de comprometer a saúde, a ausência desses serviços desumaniza e marginaliza ainda mais uma população historicamente afetada por desigualdades estruturais. 

“Essas carências representam mais um obstáculo na trajetória educacional de estudantes negros e perpetuam ciclos de desigualdade”, afirma o texto do levantamento.


A pesquisa também conecta as condições das escolas à realidade vivida fora delas. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram que 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, e 90 milhões não estão conectados à rede pública de esgoto. A maior parte dessa população é composta por negros, evidenciando como a desigualdade racial atravessa todas as esferas da vida.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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