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Racismo religioso no Brasil é debatido na Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Instituto Juristas Negras apresentou denúncias sobre discriminação contra religiões afro-brasileiras
Festival Àgbàdo, em fevereiro de 2024, celebrando o combate ao racismo religioso, no Rio de Janeiro.

Festival Àgbàdo, em fevereiro de 2024, celebrando o combate ao racismo religioso, no Rio de Janeiro.

— Fernando Frazão/Agência Brasil

6 de março de 2025

O Instituto Juristas Negras (IJN) levou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) um debate sobre o racismo religioso contra praticantes de religiões afro-brasileiras no Brasil. A audiência temática aconteceu na manhã desta quinta-feira (6), de forma online, com transmissão ao vivo pelo site da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O objetivo foi discutir as violações de direitos humanos sofridas pelos seguidores de religiões de matriz africana, como ataques a terreiros, violência física e discriminação em espaços públicos e privados.

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Um levantamento realizado pela JusRacial aponta que, em 2023, haviam 176 mil processos por racismo em tramitação nos tribunais brasileiros, sendo que um terço (33%) envolvia casos de intolerância religiosa. Entre os episódios mais comuns estão ataques violentos, destruição de terreiros e discriminação em espaços públicos e privados.

Racismo religioso e negritude

A diretora-executiva do IJN, Monique Damas, destacou que a discriminação contra religiões afro-brasileiras vai além de questões teológicas. “O preconceito contra essas religiões é uma rejeição à negritude. Suas práticas e símbolos são frequentemente associados a algo ‘ruim’ ou ‘demoníaco’. Esse tipo de discriminação deve ser combatido pelo Estado Brasileiro”, afirmou.

O evento contou com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil. As Yalorixás Wanda Araújo e Jaciara Ribeiro relataram casos de intolerância. Ribeiro é filha de Mãe Gilda de Ogum, líder religiosa cuja morte, em 2000, após sofrer racismo religioso, motivou a criação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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