No Brasil, as mulheres negras representam 69,9% das pessoas que realizam trabalho doméstico ou cuidados remunerados. As informações são da recente pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada na quarta-feira (19).
O levantamento foi realizado em conjunto com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e contou com 1.116 participantes, dos quais 93,9% eram mulheres e 6,1% homens.
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Segundo a pesquisa, 79,6% das cuidadoras atuam em domicílios familiares, percentual que destaca a responsabilidade das mulheres negras com o cuidado de pessoas dependentes.
As mulheres negras também formaram o grupo com menor índice de escolaridade entre as trabalhadoras domésticas. Cerca de 52,4% das trabalhadoras domésticas negras não concluíram o ensino médio. Para as não negras, o índice foi de 42,9%.
O lançamento da pesquisa também apresentou os resultados do artigo Notas Breves sobre a Subutilização da Força de Trabalho entre Mulheres Negras”, documento que considera a situação de desemprego, subocupação e a força de trabalho potencial.
O artigo, também produzido pelo MIR, evidencia que, no segundo trimestre de 2024, as mulheres negras foram as mais afetadas pela subocupação por insuficiência de horas, na qual trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais.
O índice de subocupação por insuficiência de horas para mulheres negras e brancas foi de, respectivamente, 7,3% e 4,4%.
Já a subocupação por desalento, quando a pessoa gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar uma ocupação, atingiu 4,6% das mulheres negras, 2,1% das brancas e 2,8% dos homens negros.
Entre as pessoas desocupadas, que estão sem trabalho, mas à procura de uma nova ocupação, as mulheres negras representaram 72% do total. Entre as brancas, essa proporção foi de 66%.