PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Apesar do cancelamento do Carnaval, festas privadas são mantidas

Em São Paulo, a prefeitura anunciou o cancelamento dos festejos nas ruas. No entanto, os desfiles das escolas de samba ainda continuam mantidos. Em Salvador, ao menos cinco camarotes terão festas particulares com valores de até R$ 13 mil

A imagem enquadra uma multidão de pessoas dentro de um camarote. A maioria são pessoas brancas que vestem um abadá de cor rosa

Foto: Divulgação/Camarote Salvador

6 de janeiro de 2022

Considerada uma das festas populares mais aguardadas no ano, o Carnaval segue em ritmo de cancelamento nas cidades brasileiras. Com a circulação da nova variante da covid-19, a Ômicron, e o surto de gripe, prefeituras de 11 cidades, como São Paulo (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Belém (PA), já bateram o martelo sobre a suspensão dos festejos de rua, levando em consideração a preocupação com o aumento de infectados pelos vírus.

No entanto, o mantimento de festas privadas tem levantado questionamentos acerca das aglomerações e de uma possível nova onda de contaminações em todo o país, inclusive por causa da chegada de turistas nas cidades.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Após uma série de críticas por causa da demora na definição do Carnaval, a Prefeitura de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (6) o cancelamento dos festejos de rua. A decisão foi tomada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) após reunião com o departamento técnico da Vigilância Sanitária. Antes da decisão oficial, mais de 200 blocos já haviam cancelado a participação nos festejos.

Apesar do anúncio, nas redes sociais internautas têm criticado o cancelamento mesmo com o mantimento das festas particulares e dos desfiles das escolas de samba. “O cancelamento do carnaval de rua, mas mantendo o carnaval pago não é combate à pandemia, é o direito do rico espalhar covid enquanto o pobre vai servir eles nas festas”, escreveu um internauta.

Outro internauta pontuou que muitas festas não cumprem os protocolos para o acesso aos eventos, como solicitar a carteira de vacinação e medição de temperatura. “Blocos de Rua do Carnaval de São Paulo cancelados Cara chorando muito, e eventos seguindo normalmente. Dizem porque tem “controle”. Nunca medem temperatura, nunca pedem carteira de vacinação, teve uma festa que nem o ingresso pediram. Então zero sentido um não pode e outro pode”, disse.

Leia também: Escolas de samba já definiram enredos para o Carnaval 2022 de São Paulo, confira

Até o momento, o desfile das escolas de samba segue mantido no Sambódromo do Anhembi. Nos próximos dias, uma reunião entre a prefeitura e a Liga das Escolas de Samba deve definir protocolos mais rígidos para a realização dos desfiles.

Salvador terá festas avaliadas em até R$ 13 mil

Principal ponto do Carnaval de rua, Salvador tem ao menos cinco camarotes com festas confirmadas para o período de 24 de fevereiro a 1º de março. Localizadas na orla e principais avenidas do Carnaval soteropolitano, as festas têm preços que variam entre R$ 300 e R$ 13 mil. Segundo comunicado dos eventos, será exigido o comprovante de vacinação para a entrada.

Na Bahia, o cancelamento do Carnaval foi anunciado em dezembro pelo governador Rui Costa (PT), que falou sobre a insegurança em realizar a festa já que que mais de dois milhões de baianos ainda estão com a vacinação da covid-19 em atraso, além do estado ainda enfrentar uma epidemia da gripe.

“A decisão está tomada: não haverá Carnaval na Bahia em fevereiro de 2022. Hoje temos 2,4 milhões de baianos com a vacina contra a Covid em atraso. Além disso, estamos lidando com uma epidemia de gripe, que tem sobrecarregado o sistema de saúde”, escreveu o governador em uma rede social.

Ainda em dezembro de 2021, a Prefeitura de Salvador acompanhou a decisão do governo estadual. O prefeito Bruno Reis (DEM) apoiou o cancelamento e pontuou que também não seria possível realizar a festa sem a presença dos artistas que sinalizaram que não iriam participar da festa, como Daniela Mercury e Bell Marques.

“Eu já tinha manifestado a minha opinião publicamente, que não fazia mais sentido e que a gente tinha que avaliar se valeria a pena fazer um Carnaval sem a presença de todos eles [artistas]. Quem faz o Carnaval não é a prefeitura, não é o governo. Nós não somos atores principais nesse processo”, afirmou o prefeito.

Atualmente, a Bahia determina um limite de até 5 mil pessoas em eventos, mediante a obrigatoriedade da comprovação de vacinação contra a covid-19 e o uso de máscaras.

De acordo com o último boletim da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), divulgado na quarta-feira (5), 10.804.226 pessoas já foram vacinadas com a primeira dose no estado, 261.041 com a dose única, 8.828.555 com a segunda dose e 1.470.366 com a dose de reforço.

Ao todo, o estado baiano possui 1.272.667 casos confirmados da covid-19, sendo 1.242.917 casos de recuperados e 2.200 casos ativos. O número de mortes pelo vírus é de 27.550.

Além dos dados da covid-19, o estado já confirmou oito casos da ‘Flurona’, infecção simultânea da covid-19 e da gripe/influenza.

Leia também: Confira sete livros e documentários para conhecer a história do carnaval

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano