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“E eu não sou uma mulher?”

Frase de Sojourner Truth inspira campanha da Alma Preta Jornalismo em parceria com a Casa Mar, hub capitaneada por mulheres negras da Bahia para marcar o 'Julho das Pretas'

Texto: Redação | Imagem: Reprodução Internet 

sojournervallendo

1 de julho de 2021

O questionamento de Sojourner Truth, afro-americana abolicionista e ativista pelos direitos das mulheres, ressoa desde 1851. A força do seu discurso, proferido durante a Convenção dos Direitos das Mulheres em Ohio, nos EUA, inspira uma campanha assinada pela Casa Mar (BA) em parceria com a Alma Preta Jornalismo para marcar o ‘Julho das Pretas’. O objetivo da ação é visibilizar as vivências que marcam as trajetórias de mulheres negras nos diversos campos da sociedades. Além de Sojourner, nomes como Luiza Barros, Chica Xavier, Makota Valdina e Maria Felipa  também serão homenageadas.

A Casa Mar é um hub de cultura, influência e tecnologias criativas que funciona com sede às margens do Rio Vermelho, em Salvador, e tem como principais objetivos potencializar criatives – com foco em pluralidade e protagonismo negro e LGBTQIA+, sendo um espaço de conexão entre realizadores, público, marcas e oportunidades de negócio. A parceria com a entidade marca não só o “Julho das Pretas” como a chegada da Alma Preta Jornalismo em Salvador (BA). 

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Leia o discurso completo de Sojourner Truth: 
E eu não sou uma mulher?

Então, crianças, onde há tanta fumaça, tem que haver algum fogo. Eu acho que essa mistura entre negros do Sul e mulheres do Norte, todos eles falando de direitos, logo, logo os homens brancos vão ficar em apuros. Mas, o que isso nos diz?

Aquele homem lá diz que as mulheres precisam de ajuda para entrar em carruagens e atravessar valas, e sempre ter os melhores lugares não importa onde. Nunca ninguém me ajudou a entrar em carruagens ou a passar pelas poças, nem nunca me deram o melhor lugar. E eu não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem o meu braço! Eu arei a terra, plantei e juntei toda a colheita nos celeiros; não havia homem páreo para mim! E eu não sou uma mulher? Eu trabalhava e comia tanto quanto qualquer homem – quando tinha o que comer -, e ainda aguentava o chicote! E eu não sou uma mulher? Dei à luz treze crianças e vi a maioria delas sendo vendida como escrava, e quando gritei a minha dor de mãe, ninguém, a não ser Jesus, me ouviu! E eu não sou uma mulher?

Daí eles falam dessa coisa na cabeça; como é mesmo que eles chamam isso? [“Intelecto”, alguém sopra] Isso, querido. O que isso tem a ver com os direitos da mulher ou com os direitos dos negros? Se meu corpo está pela metade e o seu cheio, não seria vil da sua parte me deixar sem a minha metade?

Daí aquele homenzinho de preto ali [diz se referindo ao juiz], ele diz que as mulheres não podem ter os mesmo direitos que os homens – “porque Cristo não era mulher!”. De onde veio o teu Cristo? De onde veio o teu Cristo? De Deus e de uma mulher! O homem não tem nada a ver com Ele.

Se a primeira mulher que Deus fez teve força suficiente para virar o mundo de ponta-cabeça sozinha, essas mulheres juntas têm que conseguir pôr o mundo no lugar, na posição certa, de cabeça erguida de novo! E agora que elas estão pedindo pra deixar que façam isso, é melhor que os homens as deixem fazer.

Agradecida por me ouvirem, e agora a velha Sojourner não tem mais nada a dizer.

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