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Mais de 3 mil pessoas já foram presas nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique

O país enfrenta conflitos entre manifestantes e forças policiais em protestos desde o resultado das eleições, realizadas em outubro deste ano
Segundo o levantamento da ONG Decide, 110 pessoas já foram mortas desde o início das manifestações em Moçambique.

Segundo o levantamento da ONG Decide, 110 pessoas já foram mortas desde o início das manifestações em Moçambique.

— Alfredo Zuniga /AFP

10 de dezembro de 2024

Segundo o mais recente relatório da organização não governamental (ONG) Decide, divulgado nesta terça-feira (10), cerca de 3.598 pessoas já foram presas nas manifestações pós-eleição em Moçambique. A iniciativa é formada pela sociedade civil e, desde 2023, monitora os processos democráticos do país.

A tensão política teve uma grande escalada após as eleições gerais, realizadas no dia 9 de outubro deste ano. O resultado, que foi recebido com protestos pela oposição e por diversos setores da população, favoreceu o candidato Daniel Chapo. O político integra a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido que governa a nação desde a independência, em 1975. 

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Além de denúncias de fraude eleitoral, a oposição aponta irregularidades em favorecimento da legenda vigente, instrumentalização de instituições estatais e forte repressão, com violações aos direitos humanos.

O relatório da ONG também destaca que, desde o início dos protestos, em 21 de outubro, ao menos 329 pessoas foram baleadas e 110 foram mortas em confrontos entre manifestantes e a polícia. Somente no período de 3 a 7 de dezembro, há o registro de 27 mortes.

https://twitter.com/PDecide23/status/1866468692495851558/photo/1

Em coletiva de imprensa realizada em Maputo, capital moçambicana, na última segunda-feira (9), a Polícia da República de Moçambique (PRM) informou que 77 pessoas foram detidas e, no mínimo, 47 ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e policiais nos últimos cinco dias de protestos.

De acordo com Orlando Mudumane, porta-voz do órgão, cerca de 119 processos-crimes foram submetidos ao Ministério Público, que participará das investigações em curso contra os atos.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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