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Tensão entre Nigéria e Níger cresce após acusação de conluio nigeriano com a França

O governo do Níger acusou os vizinhos da Nigéria de cooperação com a França para desestabilizar seu país; o governo nigeriano e a Cedeao negaram as acusações
O presidente da Nigéria, Bola Ahmend Tinubu, preside sessão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) durante 66º encontro de chefes de Estado, em Abuja, Nigéria, 15 de dezembro de 2024

Foto: Kola Sulaimon/AFP

28 de dezembro de 2024

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) saiu em defesa da Nigéria após acusações do Níger de que Abuja estaria planejando desestabilizar o país vizinho.

Durante transmissão televisiva no Natal, o líder militar do Níger, general Abdourahamane Tchiani, acusou a Nigéria de abrigar dois cidadãos franceses expulsos pelo país acusados de atividades contra o governo.

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O líder nigerino também atacou a Cedeao e alegou que a França estabeleceu uma base na Nigéria para armar grupos terroristas na região do Lago Chade e fomentar distúrbios no Níger.

“As autoridades nigerianas não estão alheias a essa ação dissimulada”, disse Tchiani. “Isso fica perto de uma floresta próxima a Sokoto, onde eles queriam estabelecer um reduto terrorista conhecido como Lakurawa […]. Os franceses e o EIAO fizeram esse acordo em 4 de março de 2024”, acrescentou, referindo-se ao grupo jihadista Estado Islâmico na África Ocidental (EIAO).

No início de dezembro, o chanceler do Níger convocou o encarregado de negócios da embaixada nigeriana, acusando o país vizinho de “servir como base de retaguarda” para “desestabilizar” o país. A convocação de representantes diplomáticos de um país é um tipo de reprimenda na relação entre nações. Níger e Nigéria dividem uma fronteira de quase 1,5 mil quilômetros de extensão.

A Cedeao e a Nigéria negaram as acusações. “Durante anos, a Nigéria tem apoiado a paz e a segurança de vários países, não apenas na sub-região da África Ocidental, mas também no continente africano”, disse o bloco regional em um comunicado publicado na quinta-feira (26). “A Cedeao, portanto, refuta qualquer sugestão de que um país tão generoso e magnânimo se tornaria um patrocinador estatal do terrorismo”, acrescenta a nota.

O ministro da Informação da Nigéria, Mohammed Idris, também se manifestou em nota oficial publicada na quinta-feira (26), negando quaisquer alianças com a França “ou qualquer outro país” para desestabilizar o Níger.

O presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, que atualmente lidera a Cedeao, chegou a considerar oficialmente junto à organização uma intervenção militar regional para reintegrar o presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, em 2023. Apesar disso, o ministro Idris garantiu que a Nigéria está aberta ao diálogo com o Níger. “A Nigéria continua comprometida com a promoção da estabilidade regional e continuará a liderar os esforços para enfrentar o terrorismo e outros desafios transnacionais”, disse.

Com sede na capital nigeriana, Abuja, a Cedeao reúne originalmente 15 países da África Ocidental, incluindo Níger e Nigéria. Apesar disso, as lideranças nigerinas se afastaram da organização após o levante militar no país que levou Tchiani ao poder, em 2023. Assim como outros recentes levantes na região, o novo governo do Níger tem posições abertas contra a França, que colonizou a maior parte da região e mantém influência militar, política e econômica nas ex-colônias.

Texto com informações da AFP.

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