O Massacre do Carandiru completa 27 anos nesta quarta-feira, dia 2 de outubro. Em memória aos 111 mortos do crime ocorrido na Casa de Detenção de São Paulo em 1992, manifestantes se unem às 17h30, na Praça da Sé, no centro da capital paulista.
A Frente Estadual pelo Desencarceramento de São Paulo, organizadora do ato, destaca que o Massacre do Carandiru não foi um caso isolado. As recentes execuções ocorridas nos presídios de Manaus (Amazonas) e Altamira (Pará) também serão lembradas durante a manifestação. Entre maio e julho deste ano, 117 pessoas encarceradas foram mortas nos presídios de Manaus (55 casos) e Altamira (62 casos).
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Segundo a organização, os massacres nas penitenciárias se tratam de um projeto político das autoridades brasileiras. Os manifestantes também pretendem protestar contra o encarceramento em massa e o genocídio da população negra e jovem. A concentração do ato será em frente à Catedral da Sé, a partir das 17h30.
Massacre do Carandiru
Ocorrido há quase três décadas, o Massacre do Carandiru é lembrado como um dos episódios de maior brutalidade policial do Brasil. No dia 2 de outubro de 1992, após o início de uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, o coronel Ubiratan Guimarães autorizou a entrada da Polícia Militar na penitenciária.
De acordo com os dados oficiais, 111 presos, incluindo detentos que ainda não haviam sido julgados, perderam a vida. Ao todo, 74 PMs foram condenados, entre 2013 e 2014, mas nunca chegaram a cumprir pena.
Em 2018, um pedido de anulação das condenações foi aceito pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. O relator do processo, o desembargador Ivan Sartori, avaliou que não houve massacre e sim uma ação em legítima defesa. Nenhum policial foi morto ou gravemente ferido durante a operação.