Recursos serão destinados a capoeiristas com mais de 60 anos e com uma vida ligada à capoeira e a outras manifestações culturais negras
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/YouTube
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O coletivo “Cultivando a raiz”, formado por capoeiristas de diferentes regiões de São Paulo e de diferentes grupos e linhagens de capoeira, criou uma campanha para dar suporte financeiro por três meses para 20 pessoas importantes para a cultura e o legado negro da cidade.
Os recursos serão destinados a capoeiristas com mais de 60 anos e com uma vida ligada à capoeira e a outras manifestações culturais negras. O objetivo é resguardar essas pessoas importantes para a manutenção da capoeira durante a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus.
“O isolamento e o distanciamento social são a única maneira comprovada de combater a pandemia. Com isso, a capoeira, atividade coletiva, que utiliza o corpo para se manifestar (e que depende de música, cantos e toques), precisa ser resguardada, tirando dos capoeiristas mais tradicionais seu modo de viver. Devido ao histórico do racismo estrutural brasileiro, a capoeira acabou por se tornar o principal recurso financeiro de algumas dessas pessoas, além de seu apoio psíquico e até espiritual”, diz comunicado da campanha.
“Quando falamos desses mais antigos que vivem na periferia, negras e negros, o quadro fica ainda mais difícil. Por serem, além de tudo, o grupo de maior risco, o isolamento por conta da idade passa a ser uma questão de sobrevivência e, com isso, famílias inteiras que vivem em torno da capoeira passam por grandes dificuldades nesse momento”, acrescenta o texto.
A iniciativa coletou dados e fez uma lista para saber quais pessoas estão mais vulneráveis na pandemia. Foram levados em conta critérios técnicos e fixos como idade, região, condição de moradia, número de dependentes e outras fontes de renda.
Para oferecer o suporte financeiro necessário, a campanha precisa alcançar a meta de R$ 39.852,00. As pessoas podem contribuir com valores a partir de R$ 20.
O montante é suficiente para cobrir os custos da plataforma, que são de R$ 1.660,50; as taxas de transferência bancária. que somam R$ 1.291,50; e encaminhar R$ 900 para os mestres e mestras de capoeira mensalmente.
Mais informações podem ser consultadas no site da benfeitoria.