Palestras ocorrem a partir de 20 de novembro, com discussões sobre invisibilidade e potências da negritude no mundo das viagens
Texto: Guilherme Soares Dias | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação
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O I Congresso Nacional de Viajantes Pretos “O mundo é nosso” ocorre em formato virtual a partir de 20 de novembro e vai apresentar perfis diversos, diferentes perspectivas e narrativas dos mais variados tipos de viajantes negros e negras. De acordo com os organizadores, o Congresso, que reúnirá 24 viajantes de todo o país, surge como uma resposta para a baixa presença de palestrantes desse grupo étnico-racial em congressos do setor.
O projeto é uma iniciativa da publicitária e escritora Manoela Ramos, 27 anos, e do consultor de viagens Nícolas Guerra, da mesma idade. A ideia é aproveitar a data em que celebrado o Dia da Consciência Negra para trazer essa reflexão para o segmento de turismo e viagens. “Nosso congresso surge não como mais um, mas como o primeiro e único no segmento de viagens que tem o protagonismo negro. Surge da necessidade de demonstrar que somos muitos, pretos e pretas viajantes e que nossas narrativas têm relevância. Elas importam e precisam de espaço”, destaca Manoela.
A escritora afirma que o congresso vai apresentar diferentes narrativas, uma vez que os palestrantes são plurais, de diferentes lugares e tiveram experiências distintas sobre ser um corpo negro em movimento pelo mundo. “É a nossa perspectiva do ser viajante. Queremos mudar o imaginário de que não existem pretos viajando e da falta de pessoas negras em outros congressos”, pontua.
Manoela lembra que as pessoas negras têm poder aquisitivo e viajam cada vez mais. A questão racial e o racismo são abordados em todas as palestras por ângulos diferentes, mas há também o que ela chama de “narrativas de liberdade e felicidade”. “O objetivo é estimular que mais pessoas negras viajem”, ressalta.
As palestras, segundo a organizadora, trazem narrativas surpreendentes de pessoas que se transformaram por meio das viagens, além de outras que se descobriram negras durante o trajeto. “São mais de 10 horas de conteúdo interativo sobre viagem. Tem informação, diversão e inspiração com um novo olhar sobre o que é ser viajante“, diz.
Já Nícolas Guerra pondera que o congresso não é apenas mais um sobre viagens. “É uma revolução no segmento. Estamos desenvolvendo nosso próprio espaço, é uma forma de resistência ao racismo velado que se manifesta em tudo, até nos congressos de viagens. O apagamento de nossas histórias também se dá no segmento de turismo e viagens. Queremos mostrar a pluralidade e riqueza de conhecimento e aventuras de nós, viajantes pretos e pretas. O mundo é nosso e estamos mostrando isso”, reitera.
Para participar do evento, os interessados devem se inscrever no site oficial. Os vídeos ficarão disponíveis durante 10 meses para os inscritos. O valor da pré-venda é de R$ 53 e a partir do dia 20 o ingresso será disponibilizado no valor de R$ 88.