Informações falsas, enganosas e descontextualizadas sempre estiveram presentes e geraram problemas. Um exemplo disso ocorreu em 1938, quando uma transmissão de rádio adaptou o livro ‘A Guerra dos Mundos’. Alguns ouvintes não perceberam que se tratava de uma narrativa fictícia e acreditaram em uma invasão alienígena real, provocando um pânico em larga escala nos Estados Unidos.
Se em 1938 as transmissões de rádio podiam espalhar informações em grande escala, imagine o potencial atual com a internet e as redes sociais. O termo “fake news” ganhou destaque durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, devido ao seu uso por apoiadores da campanha de Donald Trump na época. Embora essa prática exista há muito tempo, temos observado que a disseminação de desinformação pode representar riscos para a saúde pública, fomentar o preconceito, a violência e, em alguns casos, levar a fatalidades.
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Segundo levantamento feito pela Poynter Institute, escola de jornalismo e organização de pesquisas americana, com apoio do Google, quatro em cada 10 pessoas afirmam receber notícias falsas todos os dias. O número é ainda maior entre os brasileiros que se preocupam em cair em fake news ou que seus parentes caiam. Nesse cenário, o índice sobe para 65%.
E para contribuir com o combate a essa prática, a Alma Preta Jornalismo, em parceria com a Sleeping Giants Brasil, está lançando a pesquisa “O perfil da desinformação no Brasil”. A pesquisa teve auxílio de especialistas da área de negócios, desinformação e desenvolvimento de projetos.
O intuito do levantamento é traçar um perfil estruturado da desinformação e como ela atinge a população brasileira, especificamente a negra, já que poucos são os projetos e campanhas no combate às informações falsas com foco neste público.
A pesquisa tem duas dimensões. Na primeira, utiliza metodologia gamificada para compreender como as pessoas de diferentes perfis são afetadas por notícias falsas. Na segunda, realiza uma campanha para coleta de denúncias de notícias falsas que envolvam pessoas negras e temas relacionados à negritude. Após a etapa de coleta, será feita a checagem e a análise das denúncias recebidas.
Com essas informações em mãos, um relatório inédito será produzido, com indicativos e recortes sobre como a desinformação afeta a população negra.
A parceria da Sleeping Giants com a Alma Preta Jornalismo busca conscientizar a sociedade sobre o papel ético do jornalismo que atuam no combate e desmascaramento das informações falsas. A participação do público é crucial para que seja possível frear o avanço da desinformação nas redes.
