No Teatro Oficina, em São Paulo, o espetáculo “Odara: Tradição, Cultura e Costumes de um Povo” apresenta a criação do mundo segundo referências da mitologia yorubá. A peça reúne em seu elenco mais de 65 artistas, em sua maioria negros, entre atores, bailarinos, dançarinos e músicos.
Segundo a mitologia yorubá, a origem do mundo partiu de Olorun, o “Senhor Supremo do Universo”, que resolveu acabar com o ócio ao criar um planeta habitado por seres semelhantes a ele. Olorun convocou todos os Orixás e, sob o comando de Obatalá, ordenou o surgimento de Ayê, a terra.
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Em cartaz até o dia 27 de outubro, o espetáculo aborda o surgimento da terra através de manifestações populares como danças dos orixás, capoeira, samba-reggae e roda de samba. A peça também mostra a resistência do povo negro para manter vivas suas tradições em meio ao sofrimento provocado pela escravidão.
O diretor do espetáculo, Márcio Telles, é conhecido por propor em seus trabalhos artísticos o resgate da ancestralidade africana. De acordo com Telles, “Odara: Tradição, Cultura e Costumes de um Povo” traz questões que o tocaram mais intimamente.
“Caminho nesse chão há muito tempo e recolhi dentro de todo o período de pesquisa aquilo que me tocava de forma muito profunda dentro do nosso território negro”, conta. “A peça tem um conceito de narrativa e uma visão estética que lhe são muito peculiares. ‘Odara’ propõe um novo grito, uma nova revolução, uma retomada dos territórios e das ruas, uma chamada de alegria e afeto contra qualquer tipo de escravidão, violência e intolerância”, completa.
Com duração de 120 minutos, o espetáculo será apresentado somente aos finais de semana de outubro. Os ingressos estão disponíveis para venda na internet e na bilheteria do Teatro Oficina (aberta uma hora antes da peça).
Serviço:
Peça “Odara: Tradição, Cultura e Costumes de um Povo”
Quando: Até 27 de outubro
Onde: Teatro Oficina | Rua Jaceguai, 520, Bixiga, São Paulo – SP
Classificação indicativa: 12 anos
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (estudantes, maiores de 60 anos, professores de rede pública, classe artística mediante comprovação, moradores do bairro mediante comprovante de residência), R$ 5 (estudantes secundaristas de escola pública, imigrantes, refugiados, moradores de movimentos sociais de luta por moradia mediante a comprovante) limitados a 10% da lotação diária.