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Jovens criam espetáculos sobre identidade e sonhos nas periferias

O Projeto "Espetáculo" já formou mais de 3 mil jovens das periferias da Grande São Paulo
Grupo de jovens se apresentam em palco.

Foto: Márcio Reis

25 de outubro de 2023

Os alunos das Fábricas de Cultura das Zonas Norte e Sul de São Paulo e das cidades de Diadema e Osasco, da região metropolitana, realizam até 11 de novembro um circuito de apresentações teatrais criadas coletivamente.

Após 10 meses de pesquisa e produção, 238 jovens do Projeto “Espetáculo”, gerenciado pela Poiesis, sobem ao palco para apresentar as obras artísticas.

Os aprendizes executam toda a parte de produção, desde a dramaturgia, iluminação, cenografia, figurino e produção de forma colaborativa, que resulta em espetáculos a serem apresentados às comunidades onde as Fábricas de Cultura estão localizadas.

O projeto é uma atividade de longa duração, que desde 2013 possibilita a vivência de todas as etapas da montagem de uma apresentação cênica. Ao todo, mais de 3 mil jovens já passaram pela formação. A coordenação do projeto é da mestre Bernadeth Alves, bacharel em Direção Teatral pela USP e licenciada em Artes Visuais pela UNIP.

Para a edição de 2023, os alunos refletiram sobre as próprias vivências na cidade, os sonhos para o futuro, as ansiedades e obstáculos que envolvem a juventude periférica de hoje, tudo isso aliado às memórias e narrativas dos territórios onde estão inseridos.

As turmas das formações de Cenografia, Costura, Moda e Criação, Figurino, Animação, Práticas de Banda, Fotografia e Montagem de Exposições também colaboraram com a produção, uma vez que a ação artístico-pedagógica, dependendo do roteiro, envolve outras linguagens artísticas do programa.

Na Fábrica de Cultura Jaçanã será possível assistir ao espetáculo “Esse mundo não serve para mim!?“, sobre quatro adolescentes que passam por crises de identidades e conflitos familiares, e resolvem fugir para uma floresta, local onde encontram seres místicos que lhes apresentam novas possibilidades de estar no mundo. Ao mesmo tempo, um grupo de artistas amadores decide se reunir no bosque para ensaiar uma peça independente.

Outro espetáculo na Zona Norte é “Árvore(Ser) – Desde o dia em que chovi“, produzido pelos aprendizes da Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha. A partir dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar), a obra traz um quebra-cabeça de imagens, sonoridades e movimento.

O público poderá mergulhar na produção “Na beira de mim” na Fábrica de Cultura Brasilândia. O espetáculo explora as ruas da quebrada, Carumbé, Eliza Maria, Peri, Terezinha e Damasceno, para apresentar a história de cinco jovens nos limites de si que se reconhecem nas suas dores e enfrentamentos na rua onde se encontram, se organizam e enfrentam as problemáticas sociais.

Já na Zona Sul, na Fábrica de Cultura Capão Redondo a obra “Vejo me Vejo“, parte da imagem do espelho como possibilidade de olhar para si, para o outro e para a comunidade, unindo as linguagens do teatro, poesia, música, danças urbana e contemporânea para propor um exercício de educação do olhar.

Na Fábrica de Cultura Jardim São Luís os aprendizes apresentam “A Flor Ignávia“, que coloca em cena os dilemas de uma geração marcada por corpos marginalizados, excluída e oprimida, mas organizada para promover uma revolta de esperança dentro do caos estrutural do cotidiano.

No município de Diadema, o espetáculo “OHNOS: Enigma da vida!” apresenta uma viagem através de sonhos e pesadelos, que passa por diversos enigmas e obstáculos presentes nos indivíduos e no subconsciente. A peça mostra fases diferentes, boas e ruins como trilhas para encontrar a lágrima que transforma.

Em Osasco o público poderá assistir ao espetáculo musical e multimídia “Manifesto Humano: escrevendo meu ser“. Aqui, o objetivo é promover uma viagem sobre a existência com um repertório diverso de canções do hoje e do ontem, junto a imagens que simbolizam a procura pela essência do existir.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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