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Levante: festival de música leva antirracismo para o palco e homenageia Zezé Motta

A atriz é madrinha do evento online, que acontece no dia 20 de novembro; Tinna Rios, Criolo e Quebrada Queer estão entre os artistas confirmados

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Redes Sociais

A madrinha e homenageada no Festival Levante, a atriz e cantora Zezé Motta

17 de novembro de 2021

Em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o Festival Levante chega em sua segunda edição online com o tema “Celebrar a Resistência”. O evento trará artistas conhecidos no cenário nacional e também protagonistas de arte independente, a fim de fortalecer o trabalho e o ativismo negro, e irá homenagear a trajetória da atriz e cantora Zezé Motta, escolhida como madrinha do festival.

“Nós temos um dever de retomada dos valores que fazem sentido e um deles é enaltecer quem veio antes, quem pavimentou o caminho e enxerga como importante continuar iluminando novas rotas nessa encruzilhada. E trazer a potência, cheia de graça e maturidade de Zezé Motta, que tem muito a dizer e mostrar ao mundo, é um ato de reverência e de longevidade de caminhada”. É o que diz a co-criadora do Levante e fundadora do LabVoz, Gláucia Verena.

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A luta antirracista é um dos cernes que apoiam o Levante, de acordo com Gláucia Verena. “Essa iniciativa surgiu em um cenário pandêmico em 2020, e é preciso lembrar que ainda estamos em pandemia. Contudo, naquele momento, a incerteza, o medo e as tensões raciais eram simultaneamente pungentes”, pontua Gláucia.

A co-criadora do Levante explica que a desigualdade social no Brasil é algo marcante, portanto, o antirracismo se faz necessário. Impulsionados pela história do movimento negro, Gláucia avalia que normalidade com que o racismo é tratado no país precisa urgentemente ser denunciado.

“O Festival Levante traz essa mensagem pela ferramenta cultural: a música preta independente. A necessidade de afirmar a responsabilização de pessoas brancas na desconstrução de um sistema que as beneficia é uma oportunidade de despertar diálogos e favorecer acessos”, pondera.

Leia também: ‘A arte sempre esteve associada à emancipação negra’, diz Aza Njeri’

Os artistas e o festival

“O critério utilizado para a escolha dos artistas foi realmente compartilhar com dezenas de artistas os valores que este festival traz: pessoas que toparam essa iniciativa e acreditam como necessária para mudança do panorama do protagonismo preto na MPB, afinal, a música popular brasileira não seria essa riqueza abundante sem a música africana, preta periférica e também sem a influência indígena”, diz a organizadora.

Dividido em dois palcos, o Levante será organizado da seguinte forma: No palco Riachuelo, irão se apresentar Mylena Jardim, Bruna Black, Tinna Rios e Yasmin Olí celebrando “O poder da mulher preta”, além da participação especial de Stella Yeshua. O palco Pan, por sua vez, terá as performances de Marte, Leyllah Diva, Quebrada Queer, Angela Máximo e Desirée, além das participações especiais de Criolo, como orientador social da marca, e Jojo Toddynho abrindo o tema “Resiliência”.

“Estamos preocupados em ecoar nos palcos tudo que se pode expressar em liberdade. Inclusive, a forma visionária de pensar um presente e futuro em prosperidade, de histórias de amor proferidas por pessoas pretas, o bem viver e, sobretudo, amor e esperança”.

Leia também: ‘Música negra tem o poder de educar sobre o antirracismo e empoderar as pessoas’

Futuro

“O Levante não tem limites, queremos ser referência de plataforma de artistas pretos até 2025 e, quem sabe, colaborar mundialmente. O Brasil preto é filho da resistência dos quilombos, inteligência e sobrevivência”, comenta Gláucia.

Para o futuro, a co-criadora do evento conta que pretende ampliar a possibilidade financeira do projeto e aumentar o engajamento do festival. Em 2022, Gláucia explica que o plano é finalmente contar com público presente, respeitando as normas sanitárias vigentes da época devido à pandemia.

“Seria impossível fazer essa abertura de público sem um cenário sólido vacinal. Mas queremos ainda aumentar nossa rede parceiros e expandir com atuações múltiplas ações do Levante durante o ano inteiro, com diferentes linguagens artísticas. Ousadia é algo que nos move”, finaliza.

O Festival Levante é produzido pela Art Mind, em colaboração com a LabVoz, e será transmitido no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a partir de 18h no canal do Youtube, direto da Fábrica de Cultura da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.

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