O Sesc Belenzinho, em parceria com o Geledés-Instituto da Mulher Negra, promovem, na quarta-feira (13), um encontro com artistas que participaram do Projeto Rappers. A iniciativa nascida dentro do instituto é apontada como pioneira na interação e no trabalho conjunto entre movimento negro e feminismo negro junto à cultura Hip-Hop no Brasil.
O evento contará com mesas de debates que narram a história do Projeto Rappers e o seu legado para o Hip-Hop brasileiro e a introdução do feminismo no movimento musical. Os ingressos estão disponíveis para compra no site do Sesc São Paulo, neste link. O espaço está limitado a 500 lugares e os valores são: R$ 50 (inteira); R$ 25 (meia-entrada); R$ 15 (credencial plena).
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O encontro do Projeto Rappers terá início às 15h, com mesas de debates, gratuitas, na Sala Espetáculos do Sesc Belenzinho. A retirada dos ingressos para as discussões devem ser feitas com uma hora de antecedência.
Programação
O evento contará com dois debates e um show de encerramento. O primeiro debate terá início às 15h. Sob mediação da coordenadora executiva do Geledés, Suelaine Carneiro, a mesa “Projeto Rappers e REVISTA PODE CRÊ!: História e Legado para o Hip-Hop Brasileiro” reunirá o rapper, filósofo e militante Clodoaldo Arruda; o jornalista e militante Flávio Carrança; e a palestrante, gestora e educadora socialista Tina Costa.
Já às 17h30, com mediação da pesquisadora e doutora em antropologia Jaqueline Lima Santos, a mesa “Femini Rappers: a Introdução do Feminismo no Hip-Hop” reúne a rapper e militante antirracista e anti-machista Cris Lady Rap; e a rapper, cientista social e arte educadora Rubia.
O encerramento contará com um show sob a direção de Lino Krizz. A apresentação terá Resumo do Jazz convidando Rappin Hood e o BRSAMPLER — antigo Potencial 3. Em seguida, Sharylaine convida Chris Lady Rap, MC Regina e Luna. Na sequência, DMN apresenta sucessos com a sua formação original, com o rapper Xis. Já última parte do show, Lino Krizz convida Thaíde apresentando hinos que fazem parte da história do rap nacional.
Projeto Rappers
O Projeto Rappers foi desenvolvido de 1992 a 1998 pelo Geledés, decorrente de uma demanda de jovens negros pertencentes a grupos de rap da cidade de São Paulo. Entre as denúncias apresentadas pelos artistas em suas letras estavam as condições de marginalização social, o racismo, os preconceitos e a violência policial à qual esses músicos eram expostos.
O encontro no projeto resultou na promoção de diferentes atividades de capacitação profissional, de formação musical e em direitos humanos. A geração de lideranças juvenis realizou debates em escolas da rede pública e privada, em faculdades, presídios e veículos de comunicação.
O festival no Sesc Belenzinho é um dos desdobramentos do Projeto Rappers, que já se tornou livro — lançado por Clodoaldo Arruda, Jaqueline Lima Santos e MC Sharylaine — e um documentário feito em parceria com o Spcine: “Projeto Rappers: a Primeira Casa do Hip Hop Brasileiro – História e Legado”.
As atividades estão vinculadas a marcos importantes, como os 30 anos do Projeto Rappers, da Revista Pode Crê!, dos 50 anos de Hip-Hop nos EUA e 40 anos no Brasil.