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Adelina Charuteira, a escravizada que lutou pela abolição no Maranhão

Prometida à alforria aos 17 anos, Adelina se juntou a movimentos estudantis em defesa da abolição da escravatura
Imagem mostra em pintura o que seria o rosto de Adelina Charuteira.

Foto: Reprodução

21 de novembro de 2023

No século 19, nasceu em São Luís, no Maranhão, Adelina Charuteira, que ajudou a libertar outras pessoas negras escravizadas na capital a partir de comícios e palestras promovidos por estudantes em defesa da abolição.

A mãe de Adelina, Josepha Tereza da Silva, foi comprada e escravizada para serviços domésticos na casa de João Francisco da Luz, um homem poderoso e que constantemente a abusava. Desa forma, ela engravidou, em 1859.

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Ensinada a ler e escrever, habilidades incomuns e altamente desestimuladas na época, Adelina foi prometida à alforria aos 17 anos, o que nunca aconteceu.

Após perder a riqueza, João passou a fabricar charutos e encarregou a filha da venda avulsa, o que lhe dava a liberdade para circular pela cidade.

Com a tomada de consciência da vida de escrava que tinha, a jovem ouvia os comícios e palestras promovidos pelos estudantes no Largo do Carmo e identificou caracteristicas de sua vida, assim como de sua mãe e do povo negro.

Em 1875, Adelina aproveitou para circular em espaços engajados na libertação de escravos e passou a ajudar uma associação de estudantes conhecida como Clube dos Mortos, que possibilitava a libertação de escravizados pela compra, alforria ou fuga.

O seu papel foi imprescindível para que muitos escravos fossem libertos e livres da morte dados seus conhecimentos sobre as ruas, além de rotas de deslocamento policial.

Conta-se que Adelina fumava um charuto todas as vezes que tinha informações importantes para os estudantes.

No ano seguinte, 1876, Adelina Charuteira conquistou sua alforria e deu continuidade à luta contra a escravidão. A data de sua morte é desconhecida, assim como seu rosto. Ilustrações que a referenciam foram feitas a partir de fotografias de outras mulheres negras escravizadas da região na época.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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