Ao longo de 2024, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) registrou 2.472 casos de intolerância religiosa pelo Disque 100, canal oficial do governo federal para o recebimento das denúncias de violações de direitos humanos.
As informações foram divulgadas em evento da pasta na terça-feira (21), Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. No último ano, o país registrou uma alta de 66,8% em relação a 2023, que somou 1.481 denúncias do gênero. Ainda segundo o MDHC, as violações de cunho religioso cresceram 323,29% nos últimos quatro anos.
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Os praticantes das religiões afro-brasileiras e de matriz africana representam a maioria dos registros.
Do total de 474 denúncias, aproximadamente, 60,9%, se referem às práticas religiosas das culturas negras. As pessoas pertencentes à umbanda foram vítimas em 151 dos casos e os praticantes de candomblé somaram 117. Outras 21 violações estão atribuídas a “outras declarações de religiosidades afro-brasileiras”.
Outras 1.842 queixas recolhidas pelo órgão não apresentaram a religião da vítima, valor que representa cerca de 74,54% de todas as denúncias computadas pelo órgão.
De acordo com o MDCH, as maiores afetadas pela discriminação religiosa são as mulheres, somando mais da metade dos casos (57%). Os homens somam 826 notificações. Apenas 10% dos registros não possuíam informações sobre gênero ou se referiam famílias e comunidades.
A região sudeste concentrou a maior parte das denúncias, com os estados de São Paulo (618), Rio de Janeiro (499) e Minas Gerais (205). As outras unidades federativas mais denúncias são: Bahia (175), Rio Grande do Sul (159) e o Distrito Federal (100).