A Bahia solucionou somente 17,2% dos 5.044 crimes de homicídio registrados em 2022. A informação consta no levantamento sobre resolutividade de inquéritos policiais da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), entidade da classe que solicitou informações, via Lei de Acesso à Informação, para as polícias civis de cada estado brasileiro.
No ano passado, o estado nordestino era governado por Rui Costa (PT) — hoje ministro chefe da Casa Civil no governo federal — e liderou em número de mortes em decorrência de ação policial, com 1.464 ocorrências. Atualmente, a Bahia segue sob um governo petista, de Jerônimo Rodrigues, que se intitula como um “governador dos direitos humanos”, mas os índices de violência seguem sem redução e o estado vive uma crise de segurança pública, com grupos minorizados como as maiores vítimas.
Agosto, por exemplo, foi o mês de 2023 com o maior registro de mulheres baleadas no estado desde que o Instituto Fogo Cruzado iniciou as suas atividades na Bahia, em julho de 2022. Ao todo, 27 mulheres foram vítimas da violência armada, sendo 18 mortas e nove feridas. O assassinato da ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete está entre um dos casos de maior repercussão registrado no período.
Manifestação em Salvador pede fim da violência | Foto: Dindara Ribeiro/Alma Preta Jornalismo
Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada dentro de casa no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, na Bahia, no dia 17 de agosto. Três pessoas já foram presas por envolvimento no assassinato de Bernadete, que lutava pela investigação do assassinato do filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, ocorrido em 2017.
No período analisado, o Fogo Cruzado contabilizou um total de 186 tiroteios na Bahia, que resultaram na morte de 163 pessoas e deixaram 45 feridas em Salvador e na região metropolitana. Do total de tiroteios, 64 deles ocorreram durante ações e operações policiais e 19 em meio a disputas entre grupos armados. Em comparação com julho, foram registrados 15 tiroteios em meio a disputas, sendo sete pessoas foram mortas e quatro ficaram feridas.
