O Ministério Publico Federal (MPF) definiu que o Banco do Brasil tem até o dia 17 de outubro para responder aos questionamentos sobre a participação ou fomento da escravidão no país. A informação consta em um inquérito sobre o envolvimento da instituição no crime praticado por mais de 300 anos.
A investigação foi proposta por um grupo de 14 historiadores de 11 universidades, responsáveis pela elaboração do texto que aborda a relação do Banco do Brasil com a economia escravista e seus negociantes.
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O documento apresenta a relação entre um dos fundadores e acionistas do BB, José Bernardino de Sá, conhecido por estar entre os mais notórios traficantes de escravizados da época, além de questionar a estatal sobre o financiamento na compra e venda de escravizados.
Revelada pela BBC News Brasil, a ação é inédita no país e tem o intuito de dar inicio a um movimento de cobrança por reparação histórica de instituições, estatais e privadas, que de alguma forma tenham participado ou fomentado a escravidão.
Reparação histórica
Uma reunião marcada para 27 de outubro contará com a presença de diretores do Banco do Brasil, do grupo de historiadores que propôs a ação e membros dos ministérios de Direitos Humanos e Igualdade Racial para discutir ações de reparação histórica.
Entre essas ações está o financiamento, em um primeiro momento, de pesquisas acadêmicas sobre o assunto para que, no futuro, sejam bancados projetos de reparação e políticas públicas voltadas à comunidade negra.
Em nota, o BB informou que pretende colaborar com o MPF. “O Banco do Brasil está à disposição do Ministério Público Federal para continuar protagonizando e envolver toda a sociedade na busca pela aceleração do processo de reparação”.