Um levantamento do MapBiomas, divulgados nesta quarta-feira (21), aponta que o Brasil perdeu cerca de 33% das áreas naturais do território desde o início da colonização europeia. Cerca de 110 milhões de hectares (13%) foram perdidos somente de 1985 a 2023.
As áreas naturais consideradas pelo estudo incluem vegetação nativa, superfície de água e regiões naturais não vegetadas, como dunas e praias. Segundo o estudo, metade das recentes perdas ocorreram na Amazônia, com 55 milhões de hectares extintos. O número equivale a uma redução de 14% da região.
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O Cerrado é o segundo bioma mais afetado, que diminuiu 38 milhões de hectares nos últimos 38 anos, cerca de 27% da sua vegetação original.
O mapeamento indica que, no período de 2008 a 2023, 45% dos municípios brasileiros perderam parte de suas vegetações nativa. Entre os estados, as maiores perdas foram detectadas em Rondônia, seguido de Maranhão e Tocantins.
O território rondoniense apresentava 93% de vegetação nativa em 1985, mas caiu para 59% em 2023. No mesmo intervalo, a cobertura vegetal dos municípios maranhenses caíram de 88% para 61%. O estado do Tocantins teve uma queda de 85% para 61%.
O Rio de Janeiro despontou no mapeamento como o único entre os 27 estados a apresentar um aumento no período avaliado, saltando de 30% para 32% de vegetação nativa em seu território.
Para o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, a diminuição da vegetação nativa tem impacto direto na dinâmica climática das regiões, reduzindo o efeito protetor durante eventos climáticos extremos.
“Em síntese, [a perda] representa aumento dos riscos climáticos. Uma parte significativa dos municípios brasileiros ainda perde vegetação nativa; mas, por outro lado, os últimos quase um terço dos municípios brasileiros estão recuperando áreas de vegetação nativa”, comenta Azevedo em nota.
A pesquisa informa que os territórios indígenas cobrem 13% do território nacional e se destacam como as áreas mais preservadas do país. Ao longo das décadas analisadas, as regiões correspondentes às comunidades originárias perderam menos de 1% da vegetação nativa. Em comparação, as áreas privadas sofreram queda de 28%.