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Caderno Afro Memória resgata documentos da história do Movimento Negro Unificado

Pesquisadores recuperaram material com arquivos sobre a luta pelas reparações à escravidão e à violência policial contra a população negra
Imagem de capa do 4º volume do caderno Afro Memória.

Imagem de capa do 4º volume do caderno Afro Memória.

— Reprodução/Afro Memória

14 de março de 2025

O projeto Afro Memória lança neste sábado (15) a quarta edição do caderno “Reparações: Arquivo Reginaldo Bispo e Margarida Barbosa”, às 16h, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. A publicação traz documentos importantes para a história do Movimento Negro Unificado (MNU) e a luta da população negra no Brasil.

O acervo resgatado pelos pesquisadores pertence ao casal de ativistas Reginaldo Bispo e Margarida Barbosa, ambos fizeram parte da geração que esteve à frente da fundação do Movimento Negro Unificado (MNU). 

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O documento traz capítulos surpreendentes sobre a militância antirracista das décadas de 1970 e 1980, marcada pelas lutas sindicais no estado de São Paulo, principalmente na cidade de Campinas, onde o casal atuou e reside até hoje.

Nesta publicação, são abordados temas como a luta contra a violência policial, as mobilizações em torno do centenário da abolição entre 1987 e 1988, além da reivindicação do ensino de história da África e da cultura negra nas escolas. 

O arquivo consolida o resgate de informações por meio de relatos de pesquisadores que tiveram acesso aos documentos, apresentando depoimentos que conectam o passado com os principais pontos em torno da discussão sobre a reparação. Os tópicos retratam desde a dívida histórica do Brasil com descendentes de pessoas escravizadas até a reparação de famílias que perderam, e perdem filhos, para a violência do Estado. 

Na apresentação do caderno, o sociólogo e coordenador do projeto, Paulo Ramos, explica os pontos principais da coletânea.

“Mais do que um assunto que estaria na moda, este tema é objeto da insistência militante dos doadores. Convidamos pesquisadoras e pesquisadores que têm o que dizer a este respeito, e construímos uma coletânea marcante sobre o tema. Cremos cumprir para a qualificação do debate, conceituando, historicizando, colocando em perspectiva, sob a crítica e aplicação”, destaca.

O caderno é realizado pelo Afro Memória, resultado de uma parceria entre o Afro CEBRAP, o Arquivo Edgard Leuenroth (Ael/Unicamp), a linha de pesquisa Hip Hop em Trânsito (CEMI/IFCH-UNICAMP) e a Universidade da Pensilvânia (Upenn). Desde 2019, o projeto promove a  formação e difusão da temática racial para o fortalecimento das pesquisas acadêmicas sobre desigualdades, intelectuais, artistas, movimentos negros brasileiros e organizações negras.

Os materiais preservados estão disponíveis para consulta presencial no arquivo Edgard Leuenroth(AEL/Unicamp), localizado na Unicamp. A publicação também pode ser acessada no site do Afro Memória.

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