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Censo Escolar: 25,5% dos estudantes brasileiros não possuem declaração racial

Dados do Censo Escolar demonstram que mais de 12 milhões de estudantes de escolas públicas e particulares não possuem declaração de raça no Brasil
A imagem mostra estudantes em aula na rede pública estadual paulista.

Foto: Reprodução / Governo de SP

11 de novembro de 2024

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cerca de um a cada quatro estudantes das escolas brasileiras não declararam a raça no Censo Escolar de 2023. O levantamento é a principal base de informações sobre a educação básica nacional.

No último ano, havia 47,3 milhões de alunos matriculados nas escolas públicas e privadas, das quais mais de 12 milhões não tiveram sua raça declarada. Entre os 91% que frequentavam o ensino regular, 32,31% são brancos e 41% são negros (pretos e pardos). Outros 0,8% dos estudantes se declararam indígenas e 0,4% amarelos.

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O número de jovens do ensino regular que não declararam raça soma 25,5% do total. É neste contexto que organizações educacionais lançaram a campanha “Estudante Presente é Estudante que se Identifica”, que defende a autodeclaração como uma importante etapa no combate às desigualdades raciais.

Segundo a iniciativa, entre 2007 e 2016, houve uma queda notável na proporção de alunos que não declararam raça no censo, de 60,3% para 29%. No entanto, a tendência de redução desacelerou em 2022, com uma queda de apenas 1,5%. 

À Agência Brasil, Alessandra Benedito, vice-presidente de Equidade Racial da Fundação Lemann, instituição que integra a campanha, defende ser necessário coletar os dados raciais e, principalmente, utilizar essas informações para implementar decisões mais qualificadas para o ensino no Brasil.

O coordenador do Movimento Negro Unificado no Distrito Federal, Geovanny Silva, recorda que possuir uma base de dados confiável é uma importante ferramenta contra o racismo.

“Esses dados são fundamentais para a gente gerar política pública. E o que nós defendemos são políticas públicas chamadas de ações afirmativas, políticas públicas reparadoras a todo a violência que o que a população negra sofreu do período escravocrata, e infelizmente até hoje vive com o racismo que tem na sociedade”, declarou Silva em entrevista à Agência Brasil.

Texto com informações da Agência Brasil

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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