Entre os dias 27 e 31 de maio, a conferência internacional da instituição Black Women in Ecology, Evolution, and Marine Science (Bweems) reunirá mulheres negras de diversas partes do mundo nos Estados Unidos. O encontro, focado na ampliação da presença de cientistas negras nas áreas de ecologia, evolução e ciências marinhas, contará pela primeira vez com a participação de 19 brasileiras.
Entre as selecionadas estão cinco pesquisadoras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). As cientistas receberão apoio da organização internacional para cobrir custos com passagens e hospedagem, mas seguem em busca de recursos para outras despesas obrigatórias, como emissão de passaporte, visto, seguro viagem e deslocamentos internos.
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Campanha para viabilizar a viagem
Para arrecadar os valores restantes, o grupo lançou uma campanha de financiamento coletivo on-line. A iniciativa busca garantir a presença de todas as selecionadas no evento e ampliar o intercâmbio acadêmico entre pesquisadoras negras do Brasil e do exterior. As contribuições podem ser feitas por qualquer pessoa e em qualquer valor.
Coordenadora do grupo, a bióloga e doutora em oceanografia Barbara Pinheiro destaca o impacto da participação. “O impacto na vida e na carreira dessas mulheres após participarem de uma conferência internacional, muitas apresentando pela primeira vez suas pesquisas em outro idioma, além de vivenciarem a experiência de sair do país e se conectarem com pesquisadoras de diversos países, é extraordinário!”, afirma, em nota da Ufal.
Pesquisadoras alagoanas destacam oportunidades e desafios
Entre as representantes da Ufal, estão Myrna Elis Ferreira Santos, bióloga e doutoranda em Biodiversidade e Conservação; Marina Medeiros, graduanda em licenciatura em Ciências Biológicas; e Juliana Rayara, estudante do bacharelado na mesma área e integrante do Laboratório de Conservação e Manejo de Recursos Naturais (Lacom).
As pesquisadoras avaliam a viagem como uma oportunidade de ampliar horizontes acadêmicos e se fortalecer profissionalmente. Juliana Rayara destacou à Ufal o simbolismo da experiência.
“Esse evento me mostra que há um lugar onde eu pertenço, onde posso estar como mulher, cientista e pesquisadora. Ele me inspira a enxergar possibilidades que antes pareciam distantes, e me faz acreditar que posso conquistar espaços que, por muito tempo, não me foram apresentados como possíveis”, conclui