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Comunicárcere: plataforma reúne empregos para egressos do sistema prisional no Rio

A ferramenta é gratuita e auxilia na articulação entre a família do recluso e órgãos de atendimento social, psicológicos e de educação
A imagem mostra a sessão de lançamento da plataforma Comunicárcere na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Nela, seis pessoas aparecem em frente ao telão.

Foto: Divulgação

14 de março de 2024

Criada pela ONG “EuSouEu — A Ferrugem”, que trata de questões prisionais a partir do olhar de quem viveu o cárcere, a plataforma Comunicárcere reúne acesso à informação de serviços e equipamentos públicos e sociais para reclusos e seus familiares. O lançamento da ferramenta foi feito na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na manhã da quarta-feira (13).

A proposta da plataforma é beneficiar mais de 50 mil famílias com orientações de como dar continuidade ao auxílio-reclusão, contatar a Ouvidoria da Defensoria Pública, o Departamento de Trânsito (Detran) e outros serviços que possam ajudar no processo do preso com a justiça. Além disso, a ONG propõe cursos de capacitação para a conclusão do ensino básico por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

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O Comunicárcere nasce a partir da vivência de egressos sem contato com a família, como o cearense Jota Carvalho, de 31 anos, que ficou cinco meses detido no Rio de Janeiro, e só encontrou os familiares após um advogado particular ser acionado. Quando recebeu a liberdade, ele decidiu que seria um facilitador de encontros entre reclusos e seus entes queridos. 

“Foi muito doloroso para minha família descobrir onde eu estava. E mais ainda para descobrir em qual local eu estava. Quando idealizei a plataforma foi para que ninguém mais passasse por isso”, afirmou o ativista durante o evento.

Durante o lançamento da plataforma, o direito de mulheres reclusas também foi discutido. No Rio de Janeiro há cerca de 40 mil mulheres em presídios sem direito a roupas íntimas e absorventes, segundo Mônica Xavier, representante do Instituto por Direitos e Igualdade. Ela destacou a necessidade de ONGs fazerem o papel do estado ao dar o mínimo de dignidade a essas mulheres. 

Em seu discurso durante o lançamento da plataforma, a vereadora e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, Mônica Cunha (PSOL), reforçou a importância da promoção da esperança para os reclusos.

 “Racializar o sistema prisional no Brasil é mais uma vez nos perguntar: quais são os corpos que ocupam esse lugar sucateado e de aprisionamento? É preciso que levem direitos e dignidade a pessoas egressas do sistema prisional e do socioeducativo. É necessário promover esperança para se espantar o preconceito”, afirmou.

A ONG “EuSouEu — A Ferrugem” busca apoio e financiamento para ampliar o trabalho já realizado com mais qualidade e acesso a ressocialização. A plataforma está disponível no site

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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