A deputada estadual Mônica das Pretas (PSOL), junto ao Movimento Pretas – organização com intuito de ratificar a presença de mulheres negras na política –, apresentou uma denúncia ao Ministério Público (MP), nesta quinta-feira (29), contra a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo (SSP-SP).
O documento questiona o esquema de segurança adotado na final da Copa do Brasil, que resultou na morte de Rafael Garcia, torcedor do São Paulo, que celebrava a conquista do torneio, no domingo (24), no entorno do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, localizado na zona Oeste da capital paulista.
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Garcia tinha deficiência auditiva e era membro da ala de pessoas portadoras de deficiência da torcida organizada “Independente” e, junto de outros são-paulinos, comemorava o título da Copa do Brasil quando foi atingido por uma bala “bean bag”, munição de menor potencial ofensivo adotada pela PM paulista para substituir gradativamente as balas de borracha.
Nas redes sociais, Mônica Seixas reitera que, apesar da nova munição ser propagada como “não letal”, para ela, é impossível negar que “o projétil de uso da polícia militar ficou alojado na cabeça de Rafael”. A afirmação foi compartilhada ao lado de um apelo da mãe da vítima: “se essa bala não mata, porque matou meu filho?“.
Além de solicitar ao MP a investigação do caso, a parlamentar também requisitou uma apuração sobre a nova munição utilizada pelos agentes de segurança e se ela está sendo utilizada de forma correta pela polícia militar.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, os policiais militares tentavam conter um tumulto durante as comemorações ao fim da partida, e após controlarem a situação, torcedores encontraram a vítima caída com um ferimento na cabeça.
Conforme a assessoria da parlamentar, apesar da munição ter sido encontrada no corpo de Rafael, a SSP nega a responsabilidade da polícia militar no caso. Diante disso, o Movimento Pretas requer o acesso às imagens das câmeras dos policiais e o relatório de disparos e munições usadas no dia.
“Para provocar a morte o disparo deve ter sido feito a queima-roupa. E foi na nuca, região frágil do corpo. Qualquer disparo contra essa parte do corpo pode matar”, afirma o movimento em declaração à Alma Preta. “Certamente a secretaria de segurança pública já tinha essa informação, a PM precisa prestar contas dos disparos que faz”, conclui Seixas em seu perfil.