Pacientes negros podem demorar de 5 a 6 anos a mais para conseguir um diagnóstico de Alzheimer, aponta uma pesquisa recente apresentado pela Sociedade Americana de Radiologia (RSA, na sigla em inglês), que possui base em Chicago, nos Estados Unidos.
Liderados por Joshua Wibecan, radiologista no Centro Médico de Boston, os pesquisadores descobriram que, em média, os pacientes negros receberam o diagnóstico de declínio cognitivo associado a Alzheimer com 72,5 anos, contra 67,8 entre os brancos e 66,5 para os hispânicos e latinos. O estudo avaliou 1.699 pessoas entre março de 2018 e fevereiro de 2022.
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O trabalho também constatou que, além do atraso na identificação, apenas 50% dos pacientes negros recebem recomendação para realizar os exames diagnósticos que auxiliam na detecção da doença, em comparação com índices de 60% e 67% para pacientes brancos e latinos, respectivamente.
Segundo levantamento feito pela Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) em setembro, há 1,7 milhão de pessoas vivendo com demência no país, e o Alzheimer, principal causa de demência, corresponde a 55% dos casos (966.594). A organização estima que o número de pessoas que vivem com demência aumentará drasticamente para 153 milhões até 2050.
Para analisar a demora no diagnóstico do Alzheimer, os pesquisadores conduziram dois cálculos. O primeiro consistiu na checagem da probabilidade de um paciente que eventualmente recebe o diagnóstico de Alzheimer ser recomendado a realizar um exame de ressonância magnética da cabeça (MRI), ferramenta usada para confirmar o quadro. O segundo cálculo determinou a idade em que o paciente realizou o exame diagnóstico.
Embora a avaliação de um neurologista seja crucial para suspeitas de Alzheimer, os exames de imagem continuam sendo a principal abordagem para confirmar o declínio cognitivo. Por isso, atrasos no diagnóstico podem resultar em anos perdidos em que o paciente poderia reduzir a progressão da doença.