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‘Escandaloso’: Ailton Krenak critica investimento na exploração de petróleo diante da crise climática

O comentário foi feito durante debate sobre a dimensão racial da crise ambiental em São Paulo; governo Lula defende que o Ibama libere a exploração da Petrobras
O escritor e ativista indígena Ailton Krenak.

O escritor e ativista indígena Ailton Krenak.

— Tania Rêgo/Agência Brasil

13 de março de 2025

O escritor e ativista indígena Ailton Krenak afirmou ser “inconcebível” o abuso do uso dos recursos do petróleo. O comentário foi realizado no encontro “Clima, Raça e Poder: A Dimensão Racial da Crise Ambiental“, promovido pela associação cultural Sempre um Papo, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, na última terça-feira (11).

O evento teve como objetivo promover uma discussão sobre a importância do diálogo entre a academia e as comunidades que fortalecem os saberes tradicionais. No encontro, Krenak questionou a exploração do petróleo.  “Chega a ser escandaloso que alguém pense em abrir mais um poço de petróleo”, declarou o ativista.

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O comentário faz referência aos casos recentes de exploração de petróleo no Brasil. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está reavaliando a autorização para a Petrobras explorar petróleo na Bacia do Foz do Amazonas. Em maio de 2023,  o órgão emitiu uma posição contrária à atividade.

Lula defende interesses da Petrobras

Em defesa da Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou que o Ibama conceda a autorização. Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), em 23 de fevereiro, Lula prometeu que a petrolífera fará todos os processos necessários para não causar nenhum dano à natureza. O presidente argumenta que a exploração do recurso será para gerar lucro e viabilizar a transição energética.

Em nota,  a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente manifestou que qualquer tipo de pressão política que busque interferir no trabalho do órgão pode resultar em impactos ambientais irreversíveis.

A organização também destacou ser “contraditório que um país que sediará a COP-30, um evento de relevância global para o enfrentamento das mudanças climáticas, adote posturas que fragilizam a governança ambiental e colocam em risco compromissos assumidos internacionalmente”.

A Petrobras, declarou já ter atendido a todas as demandas no processo de licenciamento com os documentos entregues no último novembro ao Ibama. Entre as medidas tomadas está a construção de um segundo Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD) em Oiapoque (AP), que deve ser concluída neste mês. O primeiro já está em operação em Belém (PA).

A petrolífera tem 16 poços na Margem Equatorial,  que comportam cinco bacias sedimentares: Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, além da Foz do Amazonas. 

Somente dois deles, localizados na costa do Rio Grande, têm autorização do Ibama para perfuração. A Petrobras argumenta ainda que sem a produção do petróleo na região o país terá que voltar a importar o recurso dentro de dez anos. 

Com informações da Agência Brasil.

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