O Observatório da Branquitude esmiuçou os dados do Censo Escolar 2021 e do Índice Socioeconômico para analisar como as condições estruturais do ambiente escolar impactam na aprendizagem dos alunos no Brasil.
A análise foi feita por meio de uma organização das escolas com maioria de alunos brancos e com maioria de alunos negros. A partir dessa amostra, o instituto observou aspectos de infraestrutura das escolas, localização (rural, urbana, regiões, estados e municípios) e nível socioeconômico dos estudantes.
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Quando analisados os aspectos de infraestrutura em escolas de maioria branca e de maioria negra, o estudo apontou que 69% das escolas da educação básica com melhor infraestrutura no Brasil são majoritariamente brancas.
No comparativo, as escolas brancas têm mais quadras de esportes do que as escolas negras, mais acesso à rede de esgoto e mais laboratórios de informática. A presença de biblioteca em escolas brancas é ligeiramente maior que em escolas negras.
A pesquisa também mostrou que escolas brancas, com Indicador de Nível Socioeconômico (INSE) mais alto, têm maior representação nas regiões Sudeste e Sul, enquanto as escolas negras, com INSE menor, são mais representativas nas regiões Sudeste, Nordeste e em alguns estados do Norte.
Sobre os níveis socioeconômicos, em escolas brancas há concentração nos níveis V e VI, somando quase 88% do total. Nestes níveis os alunos relatam ter em casa um carro, uma ou duas televisões, um ou dois banheiros, wi-fi, entre outros bens. Além disso, a escolaridade dos responsáveis varia entre o ensino médio e o ensino superior completo.
Em escolas negras, por outro lado, o maior quantitativo de alunos está nos níveis socioeconômicos III e IV, com 75% do total. Nestes níveis, os estudantes relatam ter em casa uma televisão, um banheiro, wi-fi e dois ou mais celulares. A escolaridade dos responsáveis varia entre o 5º ano do ensino fundamental completo e o ensino médio completo.
O estudo defende que a correção de desigualdades por meio de políticas públicas eficazes é crucial para garantir uma distribuição equitativa do direito à educação com equipamentos e serviços adequados para todos.
“Uma educação com igualdade de oportunidades também passa por uma infraestrutura escolar que garanta o desenvolvimento pleno de todos os alunos”, conclui o documento.