Nesta sexta-feira (17), a Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou uma série de novas medidas para combater a discriminação no esporte, incluindo um gesto simbólico com as mãos cruzadas que jogadores poderão usar para denunciar atitudes racistas ao árbitro durante as partidas.
A decisão foi divulgada durante o congresso anual dos 211 membros da FIFA em Bangkok, na Tailândia, onde a entidade máxima do futebol mundial declarou que o racismo será tipificado como um crime específico no código de disciplina do esporte. As punições para atos racistas serão “severas” e podem incluir o encerramento da partida como uma das punições, com derrota ao time responsável pelo ato racista.
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A iniciativa surge após vários meses de consultas com jogadores que foram vítimas de abusos racistas por parte de adversários ou torcedores. Entre as vozes mais influentes nesse debate está o craque brasileiro do Real Madrid, Vinícius Júnior. Frequentemente alvo de insultos racistas nos estádios espanhóis, Vini Jr. recentemente se emocionou, durante uma entrevista coletiva, ao relembrar sua luta contra a discriminação. Em resposta, um amistoso simbólico entre Espanha e Brasil foi organizado no final de março para chamar a atenção para o problema.
Além do gesto de mãos cruzadas, a federação internacional apresentou um pacote de medidas rígidas para a punição de atos discriminatórios. A entidade exigirá que todas as 211 associações filiadas incluam em seus códigos disciplinares sanções específicas para o preconceito racial, que podem chegar à derrota do time associado ao ato, seja ele cometido por um jogador ou torcedor.
No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já havia implementado desde 2023 punições para atos de racismo em suas competições. As penalidades variam desde multas até a perda de pontos para as equipes envolvidas em casos de discriminação racial.