Relatório da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPESP) denuncia violações aos direitos humanos na Penitenciária Feminina da Capital, onde ficava o antigo Carandiru, na zona norte de São Paulo. O documento denuncia o descaso com as detentas, que não possuem água adequada para o consumo no presídio.
“É um nível muito alto de violação. São violações gravíssimas dos direitos dessas mulheres e dessas crianças, que pela própria lei devem ser tratadas com prioridade absoluta”, aponta a defensora Camila Galvão, em entrevista à Agência Brasil.
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Em um dos casos, uma das detentas deu à luz ao filho no banheiro da unidade, no vaso sanitário. Com dores, a mulher havia procurado a unidade médica do presídio, que a diagnosticou com pedra nos rins. O parto aconteceu no dia seguinte dentro do vaso sanitário, o que provocou uma internação de três meses no recém-nascido.
Outra detenta, também grávida, foi diagnosticada pela equipe de saúde como um caso de abstinência e também deu à luz na penitenciária, ao invés de ser encaminhada a um hospital.
A Defensoria também alega más condições de higiene e infestação de mosquitos e baratas no local. Além disso, a vistoria constatou que os alimentos servidos são em quantidade insuficiente, e muitas vezes estragado.