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Indígenas Zoró denunciam avanço do garimpo em território no Mato Grosso

Agência Nacional de Mineração autorizou a entrada de empresa mineradora na Terra Indígena em janeiro deste ano
Indígenas brasileiros de diversas etnias durante manifestação contra o marco temporal, em Brasília.

Foto: Evaristo Sa / AFP

18 de abril de 2024

Lideranças indígenas da etnia Zoró denunciam o aumento da violência no território localizado na região de Rondolândia (MT). As agressões e ameaças estariam relacionadas a presença de garimpeiros no local, autorizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM) desde janeiro deste ano.

O local, que já era alvo de extração de madeira ilegal, agora se tornou o foco da extração de ouro e diamante. A presença do garimpo tem sido denunciada pelos indígenas desde dezembro do ano passado.

Segundo apuração da Agência Brasil, um alvará de pesquisa foi concedido à Quiuqui Mineração Ltda em 2021 e aprovado em janeiro de 2024, podendo ser prorrogado por mais quatro anos. A autorização concede o livre trânsito dos garimpeiros por 195 hectares do Território Indígena.

O documento permite a realização de trabalhos para definir uma jazida, local onde pode se encontrar um volume de minerais a serem extraídos. A empresa tem o prazo de até janeiro de 2027 para realizar a exploração da área concedida, podendo ser prorrogado por mais quatro anos.

De acordo com as lideranças indígenas, a tensão no território tem aumentado com a presença dos garimpeiros e madeireiros. O aliciamento de membros das aldeias pelo garimpo também é um dos problemas enfrentados pelos Zoró.

Além das extrações ilegais de madeira e a forte presença de não indígenas em áreas de usufruto exclusivo do território indígena, um dos líderes Zoró teve seu carro incendiado por garimpeiros em março. No dia seguinte ao incêndio, dois homens armados apareceram na aldeia à procura do líder.

A Terra Indígena dos Zoró Pangyjej conta com a presença de 700 pessoas, que vivem em 32 aldeias. O território possui 356 mil hectares e é homologado desde 1998.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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