Após o zagueiro italiano Francesco Acerbi, jogador da Inter de Milão, ser absolvido da acusação de racismo contra o brasileiro Juan Jesus, o Napoli anunciou que não fará mais parte da campanha antirracismo feita por clubes da Série A, o campeonato nacional de futebol italiano.
O comunicado foi feito por meio de uma nota à imprensa que reforça a indignação do clube com a decisão tomada pela Federação Italiana de Futebol. O Napoli argumenta que a absolvição não é lógica, já que a instituição reconheceu que houve insultos e pedido de desculpas por parte de Acerbi, e não faz sentido que não haja uma punição ao zagueiro.
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A nota emitida ainda questiona o fato de o jogador brasileiro não ser punido, já que, segundo a Federação Italiana, ele fez uma denúncia falsa contra o italiano. O documento também afirma que a dinâmica dos acontecimentos e o pedido de desculpas feito ainda em campo deveriam ter sido levado em consideração por parte da Justiça, mas o fato desapareceu em meio a sentença.
Em forma de protesto contra a absolvição, os torcedores do Napoli esticaram uma faixa na Praça do Plebiscito, em Roma, com os dizeres: “Sistema hipócrita. Acerbi é seu emblema”.
Tommaso Bianchini, diretor de receitas do Napoli, afirmou que durante a próxima partida do clube, no sábado (30), contra o Atalanta, no estádio Diego Armando Maradona, haverá uma ação em defesa de Juan Jesus e contra a decisão judicial.
O jogador brasileiro se pronunciou sobre o caso e disse que leu diversas vezes a decisão e que, embora a respeite, tem dificuldades de entendê-la, o que o deixa angustiado.
Juan disse que se sente desanimado com o desfecho de um assunto tão grave, e que só foi culpado de ter tratado Acerbi “como um cavalheiro”, a fim de evitar interromper um jogo importante para as duas equipes, confiando que sua atitude de se reportar a arbitragem seria respeitada e, talvez, tomada como exemplo.