Moradores da Brasilândia da região do Jardim Paraná e Jardim Vista Alegre denunciaram violações de direitos por parte da polícia militar e civil por conta da operação policial do dia 9 de agosto, terça-feira.
O relato dos moradores da região aponta para a invasão de casas por parte dos agentes de segurança pública sem apresentação de mandados, agressão a moradores, e o impedimento de ir e vir dos cidadãos do bairro durante a ação da polícia.
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Os moradores também demonstraram medo para detalhar os acontecimentos. A maioria preferiu não relatar os ocorridos. Aqueles que aceitaram conversar, falaram em condição de anonimato e afirmaram existir um receio por parte da comunidade de criticar a atuação policial em decorrência de possíveis represálias.
A Rota, Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, e a Polícia Civil mobilizaram cerca de 25 viaturas e dois helicópteros. Questionada sobre a prisão de pessoas e mesmo a existência de vítimas fatais, a Secretaria de Segurança Pública, depois de apurar informações junto a polícia civil e a polícia militar, não apresentou qualquer informação.
Co-vereadora na cidade de São Paulo, Paula Nunes pede uma maior investigação sobre os possíveis abusos durante a ação policial e repudia a política de segurança pública adotada no estado de São Paulo.
“Em pleno período eleitoral, a política de segurança pública implementada por décadas de gestão do PSDB aparece como um panfleto. Essas megaoperações nas periferias da cidade, disfarçadas de combate ao crime, servem como forma de aterrorizar comunidades inteiras que já sofrem com a fome e a falta de garantias de direitos sociais básicos”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a investida faz parte da Operação Sufoco, que tem o objetivo de “coibir principalmente crimes patrimoniais, como roubos e furtos”. A pasta também afirma que as ações são focadas nas “áreas de maior incidência criminal”.
As imagens mostram pessoas presas e uma grande quantidade de agentes de segurança no bairro. As gravações mostram ruas fechadas pelos policiais, com pessoas paradas e abordadas pelos agentes de segurança. Os carros da polícia cercaram ruas e a entrada de escolas e aparelhos de cultura do bairro.
No dia 15 de agosto, segunda-feira, a equipe da Alma Preta questionou a Secretaria de Segurança Pública sobre as possíveis violações de direito na Brasilândia. A pasta avisou apurar as informações com a Polícia Militar e Civil, mas não apresentou um retorno até a publicação da reportagem.