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Justiça pede prisão de acusados de atacar assentamento do MST

Duas pessoas foram mortas e seis ficaram feridas no ataque ao assentamento Olga Benário, em Tremembé, ocorrido no dia 10 de janeiro
Imagem mostra pessoas caminhando em estrada de terra no assentamento Olga Benário, na cidade de Tremembé (SP).

Imagem mostra pessoas caminhando em estrada de terra no assentamento Olga Benário, na cidade de Tremembé (SP).

— Angelo Amorim/MST

12 de março de 2025

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou, nesta quarta-feira (12), a prisão preventiva de quatro suspeitos de participação do atentado ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Tremembé, no interior paulista.

O crime aconteceu no dia 10 de janeiro e deixou dois mortos e seis feridos. Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28, foram mortos a tiros no ataque. À época, o governo federal mobilizou os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para acompanhar a investigação, conduzida pela Polícia Federal.

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A denúncia, apresentada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), foi acatada pela 2ª Vara da Comarca de Tremembé nesta quarta. Segundo o órgão, as investigações apontam que o crime foi praticado por motivo torpe e com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas.

O MPSP destaca que, segundo as investigações, um dos autores dos assassinatos havia ocupado um lote no assentamento de maneira irregular, tendo sido avisado de que não poderia permanecer no local.  O homem teria discutido com as vítimas, as ameaçado e avisado que retornaria para “resolver a questão”.

“Ele arregimentou familiares, amigos e conhecidos, tendo retornado ao assentamento no mesmo dia, tarde da noite, para praticar os crimes. No local, os autores efetuaram diversos disparos de armas de fogo, atingindo as vítimas e assumindo o risco de alvejar outras tantas que sequer tomaram parte na discussão”, diz nota do MPSP.

A representação foi assinada pelos promotores Michele Santos Neves e Alexandre Mourão, e por Alexandre Castilho, Luis Fernando Scavone de Macedo, Cátia Aparecida de Sousa Modolo e Paloma Sanguiné Guimarães, membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).

Os nomes dos réus não foram divulgados pelo órgão, que informou que um dos denunciados já estava preso. Outros três estão foragidos. O MPSP ainda informou que as apurações seguem para a investigação se houve outros participantes no crime.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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