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Le Monde Diplomatique assume racismo

16 de outubro de 2016

Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Vinicius de Almeida

Jornal não havia assumido posicionamento racista em nota de retratação

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No dia 17 de Outubro, na sede do Le Monde Diplomatique, Rua Araújo, 124, República, aconteceu o debate “Mídia e Racismo” organizado pelo próprio veículo de comunicação. A conversa, mediada por Ana Claudia Mielke, jornalista e militante do Intervozes, contou com a participação de Gisele Brito, jornalista com experiência em redações de esquerda, Suzane Jardim, historiadora e pesquisadora no campo das dinâmicas raciais, Gabriela Moura, relações públicas e co-autora do livro #meuamigosecreto, e Frei David, fundador e diretor executivo da Educafro.

O debate é fruto da representação racista feita pelo jornal na edição de número 111, em que uma pessoa negra aparece com o corpo animalizado e deformado. Para Gisele Brito, mais do que a capa, a não existência de negros no corpo editorial da revista mostra o olhar da esquerda para a comunidade negra. “Não priorizam a questão do negro na sociedade, porque elas não veem isso como estratégico para a construção de uma sociedade justa. Então aquela capa é um sintoma de como boa parte da esquerda no Brasil está baseada em valores tão racistas quanto os demais que estruturam o resto da sociedade”.

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Ana Claudia, apesar de fazer ressalvas ao que foi debatido, acredita que a iniciativa fora positiva. “Eu acho que foi uma iniciativa importante do jornal. Chamar movimentos negros, pesquisadores negros, pessoas que debatem especificamente o estereótipo construído nos meios de comunicação para fazer esse debate, mas eu acredito que a gente precisa avançar mais. A gente precisa trazer mais os intelectuais negros para formular questões dentro do jornal”.

Gabriela Moura destaca a importância de avançar nesta questão no país. “O debate mostrou como a gente precisa se aprofundar ainda em temas óbvios para nós negros, mas não para as pessoas brancas, como o espaço do negro no mercado editorial. A gente sai daqui com algumas propostas que a gente precisa esperar um tempo para ver se elas vão se concretizar e então fazer uma reavaliação desse mesmo mercado. No geral eu acho que o debate foi produtivo em alguns pontos, preocupante em outros, justamente porque a gente percebe o quanto a gente tem que caminhar”.

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Silvio Caccia Bava, responsável pelo jornal no Brasil, ressalta a riqueza da atividade e aponta para medidas a serem tomadas afim de alterar a estrutura do Le Monde Diplomatique. “A primeira proposta que eu fiz foi ampliar o conselho editorial para que nós tenhamos lideranças do movimento negro. O segundo passo é criar uma série especial de artigos que sejam escritos por lideranças do movimento negro, por outras pessoas que não necessariamente negras, mas tratando do racismo e que aprofundem a questão sobre a esquerda e o racismo. Estamos dispostos e propondo uma série de artigos para isso”.

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